A expressão francesa déjà vu traduz-se por «já visto». É francesa, sim, mas usada em todas as línguas. Designa a impressão ou sensação intensa de ter vivido no passado uma situação atual. Vamos, por exemplo, pela rua e vemos qualquer coisa que nos faz lembrar de outra exatamente igual (ou assim cremos) que já vivemos. Pode chegar a ser assustador.
Bem, mas nada assustador, antes do mais louvável, é que em Cascais há uma livraria chamada Déjà Lu. Feliz nome, diga-se, porque é uma livraria de livros usados, portanto (supostamente) já lidos. Não há muitas livrarias assim em Portugal. A começar pelo local onde está, que é a Cidadela de Cascais, onde fica também, por exemplo, o Palácio da Cidadela de Cascais, residência de verão do Presidente da República.
A Déjà Lu é uma livraria solidária que doa 100% dos lucros a duas instituições que trabalham para a promoção e profissionalização de pessoas com trissomia 21. De resto, é uma livraria como todas as outras (só que mais bonita, acho) e onde iremos, sem qualquer dúvida, encontrar, entre os mais de oito mil livros que ali estão, um de que vamos gostar. Como em todas as livrarias, é bem possível que encontremos lá verdadeiros tesouros, aquele livro que um dia diremos que mudou a nossa vida.
Agora já sabem, digam aí em casa aos vossos pais que descobriram uma livraria única, que, como as outras, nos proporciona os meios de nos dar prazer pelos livros que nelas encontramos, mas que, como poucas, existe exclusivamente para ajudar quem precisa da nossa ajuda. Depois, descendo a Avenida Dom Carlos I e o Passeio Dom Luís I, estarão em frente do Café Joyeux, de que falei aqui na última crónica.
