Actualidades
04 setembro 2019

Comentário sobre o documento de trabalho do Sínodo

Tempo de leitura: 3 min
O padre Dario Bossi fala sobre o tema Voz da Amazónia
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O padre Dario Bossi, missionário comboniano italiano, explica em vídeo o documento de trabalho que guiará o Sínodo para a Amazónia.

Neste vídeo, o sacerdote fala sobre a primeira parte do documento, destinada à temática Voz da Amazónia.

O missionário acompanhará de perto os trabalhos do próximo Sínodo para a Amazónia, que se realizará de 6 a 27 de outubro de 2019, no Vaticano.

A trabalhar no Brasil há mais de 15 anos, o padre Dario Bossi é coordenador da rede “Igrejas e Mineração” e da “Justiça nos Trilhos”, organizações formadas por comunidades pobres vítimas dos grandes projetos extrativistas.

Em outubro, em Roma, cerca de 250 pessoas (entre eles, todos os bispos da Pan-amazónia), tentarão escutar o que o Espírito quer da Igreja, a partir das vozes recolhidas em quase um ano de escuta de milhares de pessoas, em todos os cantos da Amazónia.

Estas 250 pessoas (que responsabilidade!) terão nas mãos um documento de trabalho, como referência. Hoje estudamos brevemente a primeira parte deste documento, que fala da Voz da Amazónia.

O Papa Francisco diz aos povos da Amazónia: “Sejam vocês mesmos a autodefinirem-se, a mostrar-nos a vossa identidade. Precisamos de escutar-vos!”

A voz da Amazónia fala da vida e do Bem Viver dos povos indígenas.

Mas o que é este “Bem Viver”?

É viver em “harmonia consigo mesmo, com a natureza, com os seres humanos e com o Ser supremo. Sentir a intercomunicação entre o cosmo inteiro, onde não há ninguém que exclui, onde podemos ter vida plena”.

O Documento fala também do Território, que é o espaço onde Deus se manifesta.

A Palavra de Deus, de facto, sempre se encarna num contexto específico, com as suas características culturais.

Um território não pode ser usurpado, arrancado ou banalmente substituído por outro.

Os povos da Amazónia defendem-no, porque é o espaço das raízes, das relações ancestrais, da memória e do encontro permanente com Deus.

Entrar num território significa abrir-se ao diálogo, ao encontro entre culturas.

O documento diz que o contrário do diálogo é a falta de escuta e a imposição, que nos impedem de comunicar.

É o que está a acontecer a partir de certas críticas ao Sínodo: toda a crítica é boa, quando está aberta ao diálogo. Mas algumas críticas que estão a aparecer expressam posições fanáticas e agressivas. Atrás desta raiva, evidentemente, revelam-se outros interesses.

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