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08 outubro 2019

Amazónia: Povos indígenas pressionados

Tempo de leitura: 2 min
Roubo de madeira, invasão de território, extração de minérios e açambarcamento de terras são alguns dos problemas enfrentados pelos indígenas.
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“Os povos indígenas nunca estiveram tão pressionados como na atualidade”, denuncia o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

A afirmação é do presidente do Cimi e arcebispo de Porto Velho (Rondónia), Dom Roque Paloschi. O bispo participa no Sínodo para a Amazónia e apresentou a realidade dos povos originários do Brasil no painel “Povos indígenas e luta pela terra”.

De acordo com o testemunho do líder indígena Adriano Karipuna, cujo território do povo karipuna se encontra na Rondónia, “existe muito roubo de madeira nas nossas terras, açambarcamento e venda de lotes, empresas de minérios dentro das nossas terras e, recentemente, após o presidente ganhar a eleição, têm vindo a aumentar muito as invasões, muito mesmo”.

Não só o território é ameaçado, mas as pessoas também, refere o indígena: “Eu, na posição de líder, já sofri ameaças de morte e ameaças ao meu povo”. As ameaças dão conta de que “a qualquer momento [os invasores] devem chegar e massacrar todo o povo karipuna”, relata Adriano, que afirma ter feito denúncias ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Adriano ainda fez questão de reforçar a necessidade de respeito pelos direitos indígenas conquistados pelos seus ancestrais.

“Dizem que a gente não precisa desse direito. Nós sabemos que além de direito é dever termos o território, é dever a saúde indígena. E todos esses direitos conquistados por nossos ancestrais estão sendo desrespeitados e isso é muito grave”, afirmou.

O evento ocorreu no Centro Internacional Juvenil San Lorenzo, na perspetiva da Tenda Amazónica – Casa Comum, uma série de eventos com o objetivo de sensibilizar a Igreja e a sociedade sobre a realidade indígena, além de contribuir para as reflexões sinodais.

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