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12 novembro 2019

Vaticano exorta governos a combater o desperdício de alimentos

Tempo de leitura: 2 min
Apelo visa reduzir para metade o desperdício de comida até 2030
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Os participantes da conferência «Reduzir a perda e o desperdício de alimentos», promovida pela Academia Pontifícia das Ciências do Vaticano, divulgaram um comunicado a exortar os líderes de governo mundiais a assumir o compromisso “de reduzir para metade o desperdício de comida até 2030”.

“Uma meta possível, baseando-se no conhecimento e na tecnologia atual”, afirmam os cerca de 50 participantes do painel internacional, entre cientistas, académicos, economistas e especialistas.

De acordo com uma pesquisa do “Programa de Ação sobre Resíduos e Recursos” (WRAP), que utiliza estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 35% de todos os alimentos produzidos no mundo são perdidos ou desperdiçados.

Nesta conta, o desperdício são os alimentos descartados pelo consumidor, pelos restaurantes ou pelos supermercados. As perdas, de um modo geral, referem-se aos alimentos danificados no transporte ou armazenamento.

Este desperdício é “moralmente, economicamente e ambientalmente inaceitável”, refere o comunicado da Conferência.

“Devemos acabar com a cultura do descarte, nós que pedimos ao Senhor que nos dê o pão quotidiano. O desperdício alimentar contribui para a fome e para as mudanças climáticas”, escreveu o Papa Francisco, na sua conta da rede social Twitter, no dia da abertura dos debates da conferência.

De acordo com a ONU, cerca de 800 milhões de pessoas passam fome no mundo.

O representante da WRAP disse na conferência que cerca de 10 milhões de toneladas de alimentos são perdidas ou desperdiçadas no Reino Unido a cada ano.

Num exemplo mais específico, Marcus Gover referiu que das 100 batatas encomendadas por um restaurante de Londres, apenas 25 foram realmente consumidas.

A declaração da Conferência pede ainda uma melhor educação sobre as questões de perda e desperdício de alimentos e uma mudança de comportamento dos consumidores, governos, empresas, grupos ambientais e religiosos.

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