O Papa presidiu esta quinta-feira, 21 de novembro, a uma Missa para cerca de 50 mil pessoas no Estádio Nacional de Banguecoque, e a sua homilia partiu da frase evangélica de Mateus “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?”.
“Com esta pergunta, Jesus desafiou toda a multidão que o ouvia a interrogar-se sobre algo que poderia parecer tão óbvio como certo”, para depois responder que, “todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe”, explicou Francisco.
De acordo com o Papa, “todos somos discípulos missionários, quando nos decidimos a ser parte viva da família do Senhor e o fazemos partilhando à maneira d’Ele”.
“Não teve medo de Se sentar à mesa dos pecadores, para lhes assegurar que, na mesa do Pai e da criação, havia um lugar reservado também para eles; Jesus tocou aqueles que eram considerados impuros e, deixando-Se tocar por eles, ajudou-os a compreender a proximidade de Deus e, mais ainda, que eram eles os bem-aventurados”, referiu Francisco, para em seguida lançar um alerta sobre a prostituição infantil e o tráfico humano.
“Penso de modo particular nos meninos, meninas e mulheres expostos à prostituição e ao tráfico, desfigurados na sua dignidade mais autêntica; penso nos jovens escravos da droga e da falta de sentido, que acabam por turvar o seu olhar e queimar os seus sonhos; penso nos migrantes privados das suas casas e famílias, e em tantos outros que podem, como eles, sentir-se esquecidos, órfãos, abandonados, «sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida». Penso nos pescadores explorados, nos mendigos ignorados...”, referiu.
“Fazem parte da nossa família, são nossas mães e nossos irmãos; não privemos as nossas comunidades dos seus rostos, das suas chagas, dos seus sorrisos, das suas vidas; e não privemos as suas chagas e as suas feridas da unção misericordiosa do amor de Deus. O discípulo missionário sabe que a evangelização não é acumular adesões nem aparecer poderosos, mas abrir portas para viver e partilhar o abraço misericordioso e sanador de Deus Pai que nos torna família”, afirmou o pontífice.
Na conclusão da homilia, o Santo Padre exortou a comunidade tailandesa a continuar o caminho “pela senda dos primeiros missionários para encontrar, descobrir e reconhecer com alegria todos os rostos de mães, pais e irmãos que o Senhor nos quer dar e que faltam ao nosso banquete dominical”.