A Irmã Catherine Mutindi, que desenvolveu um projeto de trabalho contra a escravidão moderna na República Democrática do Congo, é a vencedora do «Prémio Opus 2019».
“Num período relativamente curto, ela transformou a vida de 3000 crianças e de muitos adultos, restaurando-lhes a dignidade perdida”, referiu Don Neureuther, diretor da Fundação Opus.
A irmã Catherine desenvolveu um projeto de ação contra a escravidão moderna, onde crianças de 4 e 5 anos trabalham em minas de cobalto altamente tóxicas para ganhar o suficiente para alimentar as suas famílias naquele dia.
Em 2012, Mutindi ingressou na congregação do Bom Pastor após ser convidada pelo bispo para ir à cidade de Kolwezi para trabalhar com viúvas e órfãos. Em 10 meses, ela desenvolveu um plano de cinco anos com o objetivo de criar meios de subsistência alternativos à mineração.
A irmã enfrentou desafios como a violência de género e o abuso físico de crianças, defendendo políticas de proteção infantil e períodos de estudos escolares para crianças.
Foi desenvolvido então um extenso programa de proteção à criança, que inclui educação holística reparadora, apoio psicossocial, um sistema de referência para pessoas vítimas de abuso e também educação em direitos humanos. Um conjunto de medidas que visa mitigar o fenómeno do trabalho infantil que atinge órfãos e crianças vulneráveis.
Em setembro de 2019, foi inaugurado na cidade de Kolwezi o novo “Centro Bom Pastor” com 14 salas de aula equipadas e que servirá a cerca de 1000 crianças da comunidade de mineração de cobalto.
O Prémio Opus, concedido anualmente em parceria com uma universidade católica, reconhece a inovação e o trabalho sem fins lucrativos e baseados na fé. O vencedor recebe a quantia de 1 milhão de dólares e os outros dois finalistas recebem 100 mil dólares cada. É um dos maiores prémios religiosos do mundo.