Que este Natal nos faça redescobrir os laços de fraternidade que nos une como seres humanos a todos os povos. Que o Senhor encontre nos nossos corações uma casa acolhedora, a Casa Comum, disposta a deixar que a habite sempre para acolher a todos. Que Ele seja a Luz que guia os nossos passos no nosso caminhar em direção aos irmãos.
“Porque nasceu para nós um menino, e ele se chama Conselheiro maravilhoso,
«Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz, que ele seja a bênção para todos os povos, e todas as raças da terra o proclamem feliz!” (Is 9,5; Sl 72,17)
Prezados Confrades,
Em nome da Direção Geral e do Instituto desejamos-lhes um Santo Natal e um Ano novo repleto de graça missionaria.
Contemplar o mistério da encarnação de Deus na nossa história e fazer memória de um Deus que se manifestou com um rosto humano concreto, nascido num determinado tempo e num lugar. A sua encarnação nos indica que a salvação passa a traves do amor, da acolhida, do respeito por cada pessoa na sua diversidade étnica, de língua, cultura, mas todos irmãos e humanos.
O Ano da Interculturalidade que temos vivido, refletido, rezado e celebrado nos confirma que as nossas diferenças não são um dano ou um perigo, mas uma riqueza. E como o artista que quer fazer um mosaico: precisa ter a disposição muitas pedrinhas e de muitos colores e não o contrário. Assim somos nós na nossa individualidade e na nossa diversidade, um cenáculo de apóstolos como dizia São Daniel Comboni: “Este Instituto, portanto, torna-se como um pequeno Cenáculo de Apóstolos para a África, um ponto luminoso que envia os seus raios ao centro da Nigrizia tanto quanto são os seus missionários zelosos e virtuosos que saem do seu seio...” (S 2648).
A comunidade, o Cenáculo, é o projeto, maneira de ser, realização, mas o objetivo é o Reino, entendido como um modo de vida completamente novo, entre as pessoas mais necessitadas. Comboni fala de raios que emanam do Centro do Cenáculo e brilham, levando o calor onde é necessário.
Dessa comunidade que vive como Cenáculo de Apóstolos é que emana os raios luminosos do testemunho da nossa vida, da nossa fé e que é a luz do Menino Jesus que recebemos como dom, e o levamos a todos os povos a traves do serviço missionário que realizamos como Instituo, na Igreja. É o ardor do coração do Bom Pastor que atinge a humanidade inteira levando o calor aonde for preciso, aos mais pobres e abandonados.
E o testemunho da “...nova criação, novos céus e nova terra onde habita a justiça, que justificando cada pessoa pela graça, os torna irmãos, abolindo as fronteiras, os muros, o ódio,... Em Cristo não existe mais estrangeiros ou hospedes, mas todos coerdeiros e coparticipantes da mesma graça: o dom do seu Espírito, com o qual Deus cria a humanidade nova, uma humanidade imensa onde ninguém podia contar, composta de pessoas de “todas as nações, tribos, povos e línguas”, que reconhecem que a salvação pertence a Deus (não a uma instituição) e ao Anjo (Ap 7,9-10). É o fruto maduro do dom do Espírito doado em Pentecostes” (Carta sobre interculturalidade).
Sem este dom da fraternidade que o Menino Jesus nos trouxe, os nossos esforços por um mundo mais justo têm o pavio curto, e os projetos bem organizados correm o risco de se tornarem estruturas sem alma. Por isso, o nosso desejo de um Feliz Natal é um desejo de fraternidade. Fraternidade entre as pessoas de todas as nações, cultura, língua, povos. Fraternidade entre nós. Fraternidade entre pessoas capazes de se respeitarem e de escutarem uns aos outros.
Que este Natal nos faça redescobrir os laços de fraternidade que nos une como seres humanos a todos os povos. Que o Senhor encontre nos nossos corações uma casa acolhedora, a Casa Comum, disposta a deixar que a habite sempre para acolher a todos. Que Ele seja a Luz que guia os nossos passos no nosso caminhar em direção aos irmãos.
Boa Festa de Natal a todos.
Conselho Geral