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03 janeiro 2020

Cardeal visitou a região atingida pela violência na RD Congo

Tempo de leitura: 2 min
Dois dias após a visita, um massacre fez 20 mortos
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O cardeal Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, visitou a diocese de Butembo-Beni, na República Democrática do Congo, no final do ano de 2019 com o objetivo de levar alguma esperança e solidariedade à população cansada da violência.

O território de Beni tem sido palco de ataques bárbaros e pelo menos 242 pessoas foram assassinadas durante os meses de novembro e dezembro.

Num discurso proferido no dia 27 de dezembro, o cardeal Fridolin pediu ao povo para colaborar com o exército, com a polícia e com a missão da ONU na RDC (MONUSCO) e assim interromper os massacres. O cardeal reiterou que “a Igreja tem rezado incessantemente para que o Senhor acabe com essa tragédia”.

No entanto, nos dias que se seguiram, mais precisamente no dia 29 de dezembro, um massacre deixou 20 mortos em Apetina-Sana.

Os ataques são atribuídos ao grupo armado de origem ugandensa Forças Democráticas Aliadas (ADF-Nalu).

Os ataques seriam uma represália às ofensivas das Forças Armadas Congolesas (FARDC) que lançaram uma operação militar no dia 30 de outubro para desmobilizar os grupos armados do Kivu-Norte.

Por outro lado, a Comissão Diocesana de Justiça e Paz (CDJP) de Butembo-Beni tinha lançado um comunicado a alertar sobre o risco de “balcanização no leste da RDC”. A CDJP denunciava, no dia 19 de dezembro, a existência de um projeto da “máfia” destinado a vender o leste do país a populações não originárias do local. Na nota, em relação à situação de Beni, a Comissão de Justiça e Paz sustenta que as ondas de migrações, sob o pretexto de procurar terras aráveis, coincidem frequentemente com o aumento de massacres e, portanto, deixam vislumbrar um programa preciso de ocupação das terras nativas por um grupo não nativo do local. A Comissão denunciou ainda as cumplicidades internas do exército congolês e da classe política e as cumplicidades externas dos países vizinhos da RDC.

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