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27 fevereiro 2020

A vida entre os gumuz: Sinto-me muito feliz com eles

Tempo de leitura: 4 min
O Pedro Nascimento está quase a completar um ano de trabalho missionário na Etiópia
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O Pedro Nascimento, Leigo Missionário Comboniano (LMC), está quase a completar um ano de trabalho na Etiópia e escreveu uma carta a contar-nos sobre este tempo vivo entre os gumuz.

“Estou quase a completar um ano neste país lindo! Não duvido disso! É um país lindo! Estou feliz! Sinto-me feliz! Vivo feliz!”, escreveu. No entanto, o missionário reconhece que isso não significa não haja sofrimento: “Significa que, apesar de todas as contrariedades que aparecem, vale a pena estar aqui, significa que Deus nos fortalece e nos dá os instrumentos necessários para realizar a sua vontade”, explica.

O Pedro continua envolvido na biblioteca, que “graças a Deus e à generosidade de algumas pessoas, foi possível comprar mais alguns livros”.

“Os estudantes que aparecem podem ter acesso aos livros escolares básicos”, refere o Pedro, acrescentando que muitas vezes procura ter “cadernos e canetas” para oferecer àqueles que não têm possibilidades de comprar, mas que demonstram interesse.

De acordo com o missionário, as visitas à biblioteca podem variar muito, desde dois ou três e até 20 jovens. E explica: “Com o trabalho a fazer no campo, os estudos, o tempo para a família (alguns deles já têm dois e três filhos), como poderão ter tempo para a biblioteca?”

“Mas a verdade é que arranjam e quando vêm, estudam. Há silêncio e isso deixa-me bastante alegre”, acrescenta.

O Pedro conta que tem “um grupo fiel” para as aulas de inglês e de informática. “Eles gostam, têm desejo de aprender e eu, não sendo um especialista, tenho muito gosto em ensinar-lhes”, afirma.

“Tenho também um grupo de estudo da Bíblia, em inglês, com quatro catequistas. Lemos a Bíblia, explico palavras em inglês, meditamos os textos, por vezes vemos filmes religiosos em inglês. Sinto-me muito feliz com eles”, revela o missionário natural de Ervedal, no Alentejo.

Na carta, o Pedro revela conta-nos também sobre as visitas que fazem às comunidades, onde falam com as pessoas e avaliam a situação concreta de cada vila e das famílias.

“Infelizmente o carro que temos não nos permite esse trabalho contínuo – acaba de voltar da oficina após ter lá ficado por um mês. As estradas são péssimas e requerem uma carrinha razoável”, informa.

Por isso, o comboniano indica que será necessário comprar um novo carro que permita continuar com o trabalho e que para além disso, têm a intenção de construir uma casa numa das aldeias, junto das pessoas, para viver com elas.

“Juntamente com a casa iremos iniciar projectos. Ainda estamos a definir os projectos mas a construção de um jardim de infância para as crianças que passam o dia sozinhas, sem qualquer adulto e de um Lar de estudantes, que permita a alunos irem à escola, quando muitos não podem ir ou fazem 30 quilómetros diários para irem à escola são os projectos que nos parecem mais viáveis, tendo em conta o que já analisámos e ouvimos de jovens e adultos”, explica.

Infelizmente para realizar estes projectos será necessário dinheiro: “Por isso peço a vossa oração para que possamos realizar a vontade de Deus junto deste povo lindo. Toda a ajuda, por mínima que seja, é preciosa para Deus. E sei que não estou sozinho aqui, tenho a certeza que estais comigo”, conclui.

Visite o blogue dos Leigos Missionários Combonianos para ler o testemunho completo do Pedro Nascimento.

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