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17 julho 2020

Índia: Rede contra o tráfico de pessoas atenta durante a pandemia

Tempo de leitura: 3 min
Dificuldades causadas pela pandemia colocam mais pessoas em situação vulnerável
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Em tempos de pandemia, mais pessoas estão a ser empurradas para uma situação de vulnerabilidade em relação ao tráfico de pessoas na Índia. No entanto, a AMRAT (Talitha Kum Índia), que integra a Rede Internacional Contra o Tráfico de Pessoas, está fortemente empenhada em combater este fenómeno criminoso.

“Durante a pandemia de Covid-19, muitas pessoas estão a passar para uma situação de vulnerabilidade em relação ao tráfico de seres humanos. O desemprego está a aumentar, há dificuldades para regressar às aldeias nativas e também e a pobreza também contribui para torná-las expostas ao tráfico de pessoas”, alerta a Irmã Jyoti Pinto, coordenadora da Talitha Kum Índia.

Na Índia, o tráfico de seres humanos é um problema grave que só fica atrás do tráfico de armas e drogas.

Neste sentido, a AMRAT - Talitha Kum Índia atua na prevenção, resgate, proteção, reabilitação e reintegração das vítimas.

Motivadas pela Irmã Jyoti, não apenas a sua congregação, mas também outras ordens religiosas se uniram para combater esse tipo de crime e a organização alcançou milhares de mulheres e crianças presas em diferentes partes do nordeste da Índia durante o longo bloqueio imposto para conter a propagação do Covid-19 desde 25 de março.

As freiras não só salvam mulheres e raparigas do tráfico humano, mas também as ajudam a sobreviver organizando iniciativas de sustento e reintegração na sociedade.

Os traficantes costumam escolher comunidades vulneráveis como aquelas com poucas perspetivas de renda ou afetadas por guerras ou desastres naturais - usando o sonho de uma vida melhor como isco. Apanhadas na armadilha, as mulheres vêem-se a trabalhar como prostitutas, empregadas domésticas, em trabalhos e casamentos forçados e até mesmo a mendigar.

Para combater o fenómeno, o trabalho da rede é essencial: mesmo que não sejam diretamente membros da AMRAT, existem cerca de 100 mil freiras católicas que trabalham silenciosamente no apostolado, que vão a vilarejos, estradas, campos de refugiados, escolas, hospitais, plantações de chá, prisões, bairros de barracas, sinalizando possíveis situações da presença de traficantes de seres humanos.

Milhares de casos de tráfico são relatados às autoridades indianas todos os anos; entre 2011 e 2018, foram notificados 38 508 casos, com base em dados do governo.

O Índice Global de Escravidão estima que 8 milhões de pessoas na Índia - incluindo crianças e adolescentes - vivem em formas de escravidão moderna, onde a violência, a coerção e a ilusão são usadas para explorar as pessoas.

Com informações da Agência Fides.

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