A encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos) foi disitribuida gratuitamente na Praça de São Pedro, depois da oração do ângelus, no dia 4 de Outubro (Foto: Vatican News)
A CNJP, organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, que tem como finalidade promover e defender a Justiça e a Paz, à luz do Evangelho e do Pensamento Social da Igreja, sublinha a afirmação do «respeito do fundamento da fraternidade» e destaca que a nova encíclica trata o tema dos nacionalismos «com alguma insistência, salientando, por um lado, o fundamento bíblico dessa abertura e, por outro lado, desfazendo receios de que ela leva à perda das identidades nacionais diante de uma globalização uniformizadora».
Na encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos), Francisco denuncia «novas formas de egoísmo e de perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesses nacionais». E precisa a CNJP que «o apelo à abertura universal da fraternidade confronta-se hoje com o reforço, um pouco por todo o lado, de correntes inspiradas num nacionalismo de exclusão».
No documento pontifício denuncia-se o “globalismo” do mercado de capitais, que responsabiliza pelo aumento de desigualdades e injustiças sociais. Nessa linha, a nota do organismo laical da Igreja portuguesa realça a reflexão do papa argentino sobre o rumo que deveria seguir a globalização, rejeitando uma «única forma cultural imperante».
Em relação ao tema migratório a nota frisa que «é verdade que o ideal seria que a emigração não fosse necessária, mas enquanto não houver sérios progressos no sentido do desenvolvimento dos países pobres, há que reconhecer o direito de cada pessoa a encontrar um lugar onde não só possa satisfazer necessidades básicas».
A respeito do funcionamento da economia, observa a CNJP, «são criticadas as posições que do mercado esperam a solução de todos os problemas» e convida-se a superar a pobreza através da criação de emprego.
Em relação ao funcionamento da economia, a CNJP afirma que «são criticadas as posições que do mercado esperam a solução de todos os problemas» e convida-se a superar a pobreza através da criação de emprego. «Salienta-se, assim, a dimensão social e política da caridade, porque é caridade acompanhar a pessoa que sofre, mas também modificar as condições sociais que provocam o seu sofrimento», observa o organismo católico.
«Para os católicos, trata-se de um documento a estudar com afinco e a viver com coerência. Mas muitas outras pessoas, cristãos de outras denominações, fiéis de outras religiões e todos os que aderem a ideais de fraternidade, podem dela colher, de uma ou de outra forma, inspiração», conclui a nota da CNPJ.
A encíclica Fratelli Tutti foi assinada pelo Papa Francisco em Assis no passado 3 de Outubro. É uma síntese do pensamento do Santo Padre acerca da fraternidade e da amizade social.
