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09 outubro 2020

Cancelar a dívida dos países mais vulneráveis

Tempo de leitura: 2 min
A Santa Sé faz, nas Nações Unidas, um apelo à comunidade internacional para que cancele a dívida dos países vulneráveis, gravemente afectados pela covid-19
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No contetxo da pandemia, a Santa Sé faz um apelo à comunidade internacional para enfrentar os crescentes desequilíbrios económicos entre os Estados através da reestruturação da dívida (Foto: Lusa)

Dom Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé na ONU, afirmou no seu discurso no passado 7 de Outubro, em Nova York: «Os países em desenvolvimento, ao administrar a pandemia com sistemas de saúde muitas vezes inadequados, foram atingidos por um triplo choque económico: queda na demanda de exportação, queda nos preços das matérias-primas e uma fuga de capital sem precedentes».

O arcebispo frisou que a pandemia da covid-19 afectou gravemente a inclusão financeira e os objectivos do desenvolvimento sustentável e teve «um impacto devastador na economia, no emprego, na produção sustentável, no comércio internacional e nacional». Estados, famílias e indivíduos, quase ninguém escapou das dificuldades económicas devido às consequências do vírus, mas algumas pessoas e alguns países sentiram mais o impacto.

D. Caccia disse que a Santa Sé encoraja as Nações Unidas a encontrar a maneira de enfatizar as implicações éticas e mais amplas da actividade económica nos próximos anos e a necessidade de transformar a economia para que esteja realmente a serviço da pessoa humana. E o prelado sublinhou que a Santa Sé faz um apelo à comunidade internacional para enfrentar os crescentes desequilíbrios económicos entre os Estados através da reestruturação da dívida e, inclusive, «ao cancelamento da dívida dos países mais vulneráveis», em vista da crise de saúde, social e económica que devem enfrentar por causa da covid-19.

O representante da Santa Sé na ONU convidou ainda à cooperação internacional com o objectivo de combater os fluxos financeiros ilícitos, que subtraem «recursos dos gastos públicos, cortam os capitais disponíveis para os investimentos privados, privam os países dos recursos necessários para fornecer serviços públicos, financiar programas de redução da pobreza e melhorar a infra-estrutura, e incentivam actividades criminosas que prejudicam o Estado de Direito e a estabilidade política.

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