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21 janeiro 2021

Abolir as armas nucleares

Tempo de leitura: 3 min
Tratado internacional para proibição das armas nucleares entra em vigor a 22 de Janeiro. O desarmamento nuclear tem sido uma preocupação do Papa Francisco.
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O Tratado de Proibição de Armas Nucleares da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi adoptado em 7 de julho de 2017, entra em vigor na sexta-feira, 22 de Janeiro, após a sua ratificação por mais de 50 Estados, incluindo o Vaticano.

O Papa Francisco referiu, na audiência do dia 20 de Janeiro, que se “trata do primeiro instrumento internacional juridicamente vinculativo, que veta explicitamente estes armamentos, cuja utilização tem um impacto indiscriminado: atinge, em pouco tempo, uma grande quantidade de pessoas, e provoca danos ambientais com uma longuíssima duração”.

“Encorajo vivamente todos os Estados a trabalhar com determinação para promover as condições necessárias por um mundo sem armas nucleares, contribuindo para o avanço da paz e da cooperação multilateral, de que hoje a humanidade tem tanta necessidade”, pediu o pontífice.

Na encíclica ‘Fratelli Tutti’, publicada em Outubro de 2020, Francisco alerta sobre “a injustiça da guerra” e propõe a criação de um fundo mundial contra a fome, que seria financiado pelas actuais despesas militares.

Por seu lado, o arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário das Relações com os Estados, em declarações ao Vatican News explicou o empenho da Santa Sé pelo Tratado.

O prelado refere que o Tratado visa “proibir as armas nucleares de forma inequívoca, colocando-as na mesma categoria que outras armas de destruição em massa, tais como armas químicas e biológicas, já proibidas". Assim, “coloca as armas nucleares entre aquelas armas cujo uso e posse devem ser continuamente estigmatizadas e deslegitimadas. Esta é uma das razões pelas quais a Santa Sé se empenhou pela entrada em vigor do Tratado e participou ativamente em seu processo de elaboração. Muitas de suas disposições recordam de forma direta ou indireta a centralidade da pessoa humana, o paradigma humanitário e as estreitas relações do Tratado com a paz”.

O responsável católico sublinhou, igualmente, que “é necessário continuar a trabalhar com o compromisso de todos, actores governamentais e não governamentais; é necessário intensificar os esforços para combater as pressões contra o multilateralismo e superar a dinâmica da suspeita e da desconfiança. Há, além disso, outro aspecto significativo, plenamente reconhecido no TPAN: a importância tanto da educação para a paz e o desarmamento em todos os seus aspectos, quanto da sensibilização sobre os riscos e consequências das armas nucleares para as gerações presentes e futuras”.

 

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