A igreja Católica do Coração de Jesus, em Kayantharyar do Sul, foi atingida pelo ataque militar (Foto: Agência SIR)
Os militares birmaneses dispararam no passado domingo bombas em áreas habitadas, visando três aldeias (Kayantharyar do Sul, Kayantharyar do Norte e Tabyekone), no Município de Loikaw, cerca de 450 quilómetros a norte da capital Rangum.
Na aldeia de Kayan Tharyar, a 7 quilómetros de Loikaw, capital do estado de Kayah, uma das granadas de morteiro atingiu uma igreja, matando pelo menos duas mulheres e ferindo muitas outras pessoas deslocadas que ali se refugiaram, segundo informou à Agência Fides a comunidade dos jesuítas de Myanmar.
Os habitantes locais fugiram da aldeia, num território marcado, desde sexta-feira passada, por fortes confrontos entre o exército birmanês e a PDF (Força de Defesa do Povo).
Os habitantes da aldeia de Kayan Tharyar acreditavam que a igreja paroquial seria um «lugar onde poderiam se refugiar em segurança de acidentes e tiroteios na área, mas tragicamente não», escrevem os jesuítas no comunicado.
A catedral do Sagrado Coração de Pekhon (a cerca de 15 quilómetros de Loikaw) também foi danificada pelo fogo de artilharia. Os jesuítas condenam estes «crimes hediondos o mais vigorosamente possível» e apelam aos militares birmaneses para que sejam responsabilizados pelo que aconteceu. «Os militares», escrevem os religiosos, «devem cessar imediatamente os ataques contra civis e igrejas. Bombas destruíram edifícios, reduzindo-os a escombros com imagens que lembram um cenário de guerra».
As confrontações estão a aumentar em Myanmar, onde, até 23 de Maio, pelo menos 818 pessoas foram mortas depois do golpe militar de 1 de Fevereiro, que foi seguido de um amplo protesto popular.
