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31 dezembro 2021

Foram assassinados 22 missionários em 2021

Tempo de leitura: 3 min
A agência Fides informa que 22 agentes pastorais católicos foram assassinados em 2021 entre leigos, sacerdotes, religiosos, seminaristas e catequistas.
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O padre Manuel Ubaldo Jáuregui Vega, colombiano, do Instituto de Missões Estrangeiras de Yarumal, que foi assassinado em Zango, município de Viana, Angola, em Março de 2021

Segundo a agência Fides, em 2021, a África teve 11 casos de assassinatos de missionários e o continente americano registou sete mortes; na Ásia foram mortos três missionários e a Europa registou o homicídio de um sacerdote, na França.

A organização do Vaticano, que informa sobre a actualidade no mundo missionário, destaca o testemunho das 22 vítimas em contextos de violência, desigualdade social, «degradação moral e ambiental».

«Da África à América, da Ásia à Europa, partilharam a vida quotidiana com os irmãos e irmãs, com os seus riscos e medos, as suas violências e as suas privações, trazendo em pequenos gestos o testemunho cristão todos os dias como semente de esperança», assinala o documento.

O relatório anual de Fides sublinha, ainda, que este ano ficou marcado pelo impacto de vários conflitos na vida das comunidades cristãs, nomeadamente no Sudão do Sul e Mianmar.

O texto refere a sacerdotes assassinados nas suas comunidades, em África e na América, torturados, raptados por criminosos ou atraídos por bandidos em busca de um tesouro inexistente ou pela miragem de resgates fáceis, ou para silenciar as suas vozes incómodas. Sacerdotes envolvidos em trabalho social, como no Haiti, que foram mortos para lhes roubar o dinheiro de que necessitavam para levar a cabo estas actividades, ou mortos por aqueles que estavam a ajudar, como em França ou na Venezuela, país onde «um religioso foi assassinado por ladrões na mesma escola onde ensinou aos jovens a construir um futuro». O documento menciona, igualmente, religiosas mortas a sangue-frio por bandidos no Sudão do Sul e catequistas mortos em confrontos armados nas comunidades desse país africano, além de jovens mortos por atiradores «enquanto tentavam levar ajuda aos deslocados que fugiam de confrontos entre o exército e guerrilheiros em Mianmar».

«As listas elaboradas anualmente pela Agência Fides são sempre provisórias, pois limitam-se a recolher os nomes de pessoas cuja informação é certa, embora escassa», assinala o comunicado da agência de notícias. A Fides lembra, ainda, que estes números se referem especificamente a morte de missionários, a «ponta do icebergue» dos que «sofrem e pagam com a vida a sua fé em Cristo».

No dia 24 de dezembro, véspera de Natal, mais de 35 civis, todos católicos, foram mortos pelos militares de Mianmar e os seus corpos queimados.

Já na Diocese de Tombura-Yambio, no Sudão do Sul, 16 pessoas, incluindo catequistas e agentes pastorais foram mortos em 2021 durante os confrontos armados.

Segundo a Fides, entre 1990 e 2000 houve registo de 604 missionários mortos, incluindo as vítimas do genocídio do Ruanda (1994) que causou pelo menos 248 vítimas entre o pessoal dedicado à evangelização.

Já nos anos 2001 a 2020, o número total de agentes pastorais mortos foi de 505.

 

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