Actualidades
10 setembro 2019

Bispos sul-africanos consternados com ataques xenófobos

Tempo de leitura: 2 min
Violência contra estrangeiros assombra o país
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Os bispos da África do Sul dizem-se consternados com a violência contra estrangeiros em cidades como Joanesburgo e Pretória e afirmam que a causa é “pura e simplesmente a xenofobia”.

Numa nota, a Conferência Episcopal da África do Sul critica a passividade das forças de segurança perante os ataques e questionam inclusive a comunidade cristã, que é maioria no país.

“Mais de 80% dos sul-africanos afirmam ser cristãos. O que é que os nossos líderes religiosos ensinam às multidões que enchem as nossas igrejas todos os domingos?”, perguntam os bispos.

Na África do Sul, cerca de 80% da população é cristã, sendo 73% protestantes e 7% católicos.

No início do mês, grupos armados com bastões e pedras incendiaram e saquearam lojas e estabelecimentos de estrangeiros em cidades como Joanesburgo, a maior do país. Casas de imigrantes também foram invadidas e as pessoas foram ameaçadas.

Pelo menos dez pessoas morreram.

O alvo da violência são os cidadãos originários de outros países africanos, como Zimbabué, Moçambique, Somália e, principalmente, Nigéria.

Camionista sul-africanos protestavam contra a contratação de motoristas estrangeiros quando a situação ficou fora de controlo e gerou uma onda de violência contra todos os estrangeiros.

A taxa de desemprego no país é alta, por volta dos 30%, e os manifestantes culpam os estrangeiros por, supostamente, ocuparem os postos de trabalho que deveriam destinar-se aos sul-africanos. Espalhou-se, ainda, uma acusação de que imigrantes estariam por detrás de gangues de tráfico de drogas na África do Sul.

Não é a primeira vez que acontece uma onda xenófoba na África do Sul. Em 2008, mais de 60 pessoas morreram noutra série de ataques contra imigrantes.

“Estamos diante de uma maré crescente de ódio e intolerância. Precisamos de tomar medidas urgentes para interromper essa violência”, alertam os bispos, que também deixam o seguinte apelo:

“Que todas as pessoas de fé e de boa vontade se manifestem e sejam mensageiros da paz”.

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