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07 novembro 2019

Sudão do Sul pode ter um governo provisório até 12 de novembro

Tempo de leitura: 3 min
Principal força de oposição, partido de Riek Machar pode ficar de fora
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O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, anunciou que pretende formar o governo de unidade nacional até 12 de novembro, prazo que foi acertado com a comunidade internacional em maio de 2019.

Ao discursar durante a abertura da segunda sessão parlamentar sob o tema “Avançando no espírito de paz, unidade e construção da nação”, Kiir destacou que a maioria dos partidos está de acordo, exceto o SPLM-I, partido de oposição e segunda maior força política do país liderado pelo ex-vice-presidente Riek Machar, e o SPLM-DC, terceira maior força política do país, liderado por Lam Akol, ex-oficial do Exército de Libertação Popular do Sudão (SPLA).

Assim, o presidente sul-sudanês não pretende levar em consideração as preocupações expressas por Machar em várias ocasiões – às quais Lam Akol se juntou nos últimos dias – segundo as quais seria muito arriscado formar um governo de transição antes de implementar as medidas de segurança previstas no acordo de paz. Exigência que garantiria uma coexistência pacífica das várias forças que estiveram em conflito na guerra civil.

Entre as suas preocupações, Machar lembra a situação criada em julho de 2016, quando o governo provisório implodiu, provocando a abertura de uma nova fase do conflito, mais sangrenta que a anterior.

Machar, que na ocasião escapou por pouco de uma verdadeira caçada humana, pede que as medidas sejam tomadas para garantir a sua estadia segura no país, antes de ingressar num governo do qual, segundo os acordos de paz, ele deveria ser o primeiro vice-presidente.

Kiir e Machar devem reunir-se na sexta-feira, 8 de novembro, em Campala, para a reunião da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), a organização regional à qual a comunidade internacional delegou a mediação entre as partes em conflito no Sudão do Sul. Pode ser a última oportunidade para os dois chegarem a um acordo.

Antes desse encontro, os bispos sul-sudaneses recordaram o gesto profético do Papa Francisco, em 11 de abril passado, na conclusão do retiro espiritual dos líderes políticos do Sudão do Sul, realizado na Casa de Santa Marta, no Vaticano, no qual o Santo Padre se ajoelhou diante deles lançando um apelo em favor do futuro do novo governo, beijando os pés do Presidente Salva Kiir, e dos vice-presidentes presentes no encontro.

“A nossa esperança é que os nossos líderes políticos, do governo e da oposição, cuja maioria é de cristãos, considerem o apelo e o extraordinário gesto do Santo Padre que os implorou que levassem a paz aos seus irmãos no Sudão do Sul”, anunciaram os bispos.

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