A população de Butembo, cidade do Kivu-Norte, na República Democrática do Congo (RDC), saiu às ruas nesta sexta-feira, 22 de novembro, para pedir o fim dos massacres contra civis.
Em duas semanas, contam-se mais de 60 mortos em massacres que atingiram localidades como Beni, Oicha, Mbau e Boikene.
Além de se manifestar contra os massacres, a população pedia também a expulsão da força internacional das Nações Unidas, acusada de nada fazer para proteger os civis.
“Esta manhã, desde as 7 horas, aqui em Butembo, as metralhadoras crepitam junto de nós e em vários pontos do bairro e da cidade, à nossa volta”, conta-nos o padre Claudino Gomes, missionário comboniano a trabalhar na RDC.
“Eu deveria sair para dar a comunhão a um doente que vive a cerca de 150 metros, mas é impossível. Os tiros são aqui tão perto... a polícia está aqui na rua. Ouvem-se gritos por todo o lado. Há relatos de feridos junto ao Seminário Maior da Diocese, a um quilómetro de onde estou”, testemunha o missionário.
O movimento cívico-político FURU aliado ao MUTSHANGA (nomes de dois bairros) decretaram em Butembo um dia de “cidade morta e seca”, sendo que não seria tolerada qualquer atividade comercial e de outros géneros.
O exército congolês leva a cabo, há cerca de três semanas, uma vasta ofensiva contra grupos armados.