Actualidades
26 novembro 2019

Base da ONU saqueada e queimada no Congo

Tempo de leitura: 3 min
Um morto e 13 feridos em protesto contra a permanência das tropas de paz
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Um morto e 13 feridos durante um protesto contra a permanência das tropas de paz das Nações Unidas (MONUSCO) na cidade de Beni. De acordo com as autoridades congolesas, a pessoa que morreu estava a tentar invadir uma base da MONUSCO em Boikene.

As duas bases da MUNUSCO em Boikene acabaram por ser invadidas, saqueadas e queimadas pelos civis que protestavam pela falta de atitude das tropas frente aos massacres que já fizeram mais de 60 vítimas.

MONUSCOBoikene02

Entretanto, os 160 militares do contingente das Nações Unidas sofrem a fome. Os condutores dos camiões que abastecem as tropas não estão a trabalhar, pois têm medo de serem linchados pela população.

Entre domingo e segunda-feira, morreram mais oito civis em Masiani, no distrito de Boikene, num ataque atribuído ao grupo rebelde Forças Armadas Aliadas (ADF).

Quase 70 civis foram massacrados em Beni e nos arredores pelo ADF, uma represália à ofensiva do exército congolês contra as tropas terroristas desde 30 de outubro.

Após esses últimos e graves acontecimentos, houve uma reunião na cidade de Beni com a participação de comandantes do mais alto nível das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC). O governador do Kivu-Norte anunciou “medidas drásticas” para proteger a população civil contra os ataques da ADF. Não está nos planos que as tropas da ONU deixem o território. Pelo contrário, foi anunciado que a MONUSCO conduzirá operações conjuntas com as FARDC e a Polícia Nacional do Congo na busca e captura de terroristas.

A MONUSCO queixava-se de não ter sido informada sobre a operação militar “de grande envergadura” das FARDC para desmobilizar os grupos armados em curso desde o final do mês de outubro.

Butembo: cidade morta e paralisada

Em Butembo, hoje foi mais um dia de “cidade morta e paralisada”, conta-nos o padre Claudino Gomes, missionário comboniano a trabalhar na RD Congo.

“Uma associação cívica marcou essa ação em protesto contra os massacres na cidade-gémea de Beni (a 50 km de distância) e especialmente contra a presença das tropas das Nações Unidas (MONUSCO) nesta região”, informa este missionário.

De acordo com o padre Claudino, “os populares e alguns analistas acusam as tropas de paz de não agirem determinadamente contra os grupos armados que matam e trucidam todos os dias os habitantes das zonas agrícolas da região de Beni e da própria cidade”.

“Há mais de mil razões para marchas e outras ações de protesto. É escandaloso o silêncio do Estado congolês e dos meios de comunicação internacionais”, afirma o comboniano.

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