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21 fevereiro 2020

Terceira etapa do Sínodo para a Amazónia requer ação

Tempo de leitura: 3 min
O padre comboniano Dario Bossi esteve em Roma e compartilha connosco algumas das suas reflexões
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Após ter participado no Sínodo sobre a Amazónia, em outubro de 2019, o padre Dario Bossi compartilhou algumas reflexões sobre o evento e sobre a exortação Querida Amazónia publicada pelo Papa Francisco.

Superior provincial dos Missionários Combonianos do Brasil, membro da Repam e da Rede Igrejas e Mineração, o sacerdote italiano acredita que entramos na terceira etapa do Sínodo.

“A primeira foi a etapa da escuta, a segunda etapa foi a do discernimento eclesial, com as reflexões realizadas em Roma, e agora temos a terceira etapa que é a da ação, do caminho que continua e continua com as pernas de quem o iniciou que são as pessoas que lá estão (na Amazónia).

O padre Dario Bossi destaca uma expressão do Papa que aparece na exortação pós-sinodal Querida Amazónia, quando Francisco se refere ao “diálogo social”, indicando os povos da Amazónia como protagonistas e salientando que se queremos dialogar, “devemos começar pelos últimos”.

Particularmente e relativamente aos missionários combonianos, todo o ambiente do Sínodo e o documento final abordam temas muito próximos da espiritualidade e metodologia comboniana como intuição de “Salvar a Amazónia com a Amazónia” e o tema “Regeneração da Amazónia”. Nos escritos de São Daniel Comboni, o fundador dos Missionários Combonianos instituiu o lema “Salvar a África com a África” e escreveu o “Plano de Regeneração para a África”.

“Assim como Comboni identificou nas populações africanas a «pérola negra» que faltava à Igreja, o Sínodo indica as culturas indígenas como um elemento inspirador para a renovação das nossas sociedades e igrejas”, refere o padre.

O missionário também recorda os membros da Família Comboniana que deram a vida pela Amazónia: “lembramos o recente drama da morte das irmãs Giuseppina Lupo e Luíza Manuel em Matupi (num acidente automobilístico no Estado do Amazónas); e os mártires padre Ezequiel Ramin (assassinado em Rondónia) e o bispo Franco Masserdotti (morto num acidente no Maranhão). “Temos boas raízes na Amazónia!”, afirma Dario Bossi.

Original da província de Varese, o padre Dario Bossi está há 15 anos em missão no Brasil, nomeadamente em Açailândia, no estado do Maranhão, onde luta em defesa das comunidades amazónicas e contra as grandes empresas que extraem minério na região.

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