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16 setembro 2021

Nicarágua: construir juntos o país

Tempo de leitura: 3 min
Os bispos da Nicarágua exortam os cidadãos a superar as divisões e atitudes violentas e egoístas no país, ao celebrar o bicentenário da Independência
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Celebração do Bicentenário da independência na Nicarágua (Foto: Lusa)

Por ocasião do Bicentenário da Independência da América Central, que se celebrou a 15 de Setembro de 2021, a Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) exortou a sociedade nicaraguense a meditar sobre as "circunstâncias históricas do presente", e a rezar para que a nação tenha "autoridades lúcidas, sábias e respeitadas", autoridades sensatas e respeitadas". Os prelados sublinham que "hoje mais do que nunca" são necessários dirigentes que "saibam conduzir-nos por caminhos de amizade cívica, de diálogo tolerante e respeitoso, procurando o bem comum acima dos interesses pessoais ou partidários e encontrando assim caminhos de justiça e paz social".

Como refere a mensagem dos bispos da Nicarágua, o país “precisa de reacender a esperança, de ter um novo espírito que dê vida a esses ossos secos, nas palavras do profeta, que já não servem a comunidade. Construir uma sociedade baseada em valores que, como irmãos da mesma pátria, nos levem a viver num espírito de fraternidade, liberdade e paz”. E os prelados afirmam que “é por isso que celebramos esta Independência, comprometendo-nos a superar divisões e atitudes violentas e egoístas, isto implica uma verdadeira conversão do nosso modo de pensar, implica uma conversão do coração, que nos vemos como irmãos, para que juntos possamos construir uma nova sociedade, motivados pela caridade e solidariedade".

A tensão entre o governo e a Igreja Católica mantem-se durante as celebrações civis do Bicentenário em todo o país. Há um mês atrás, a Arquidiocese de Manágua, através da sua Comissão de Justiça e Paz, denunciou a violação sistemática dos direitos políticos e constitucionais na campanha eleitoral para o escrutínio de Novembro. Há dois dias, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou o crescente ataque às liberdades na Nicarágua, no período que antecedeu as eleições de 7 de Novembro, com pelo menos 36 detenções arbitrárias, a anulação de candidaturas e o cancelamento de partidos políticos.

Os nicaraguenses, salientou Bachelet, têm o direito de concorrer à presidência, de participar na campanha e os meios de comunicação social devem acompanhar o processo, mas "nada disto está a acontecer", lamentou Bachelet na sua actualização sobre o país ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Alta Comissária indicou que às 20 pessoas presas por ocasião das eleições, que já tinha denunciado em Junho, foram acrescentadas outras 16, "incluindo políticos, defensores dos direitos humanos, empresários, jornalistas e líderes de camponeses ou estudantes".

(Com informação da CEN e da Agência Fides)

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