Actualidades
03 novembro 2021

É tempo de agir

Tempo de leitura: 3 min
O Papa Francisco desafiou os participantes na COP26 a agir com “urgência, coragem e responsabilidade” para cumprir os compromissos assumidos no combate às alterações climáticas
---

Numa mensagem dirigida a Alok Sharma, presidente da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que decorre em Glasgow, Escócia, o papa refere que “enquanto nos preparávamos para a COP26, ficava cada vez mais claro que não há tempo a perder. Muitos dos nossos irmãos e irmãs estão a sofrer com esta crise climática. As vidas de inúmeras pessoas, especialmente as mais vulneráveis, têm sentido os seus efeitos cada vez mais frequentes e devastadores”.

“Temos de reconhecer o quanto ainda estamos longe de atingir as metas estabelecidas para enfrentar as mudanças climáticas. Devemos ser honestos: isto não pode continuar assim!”, acrescenta o texto, lido pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que lidera a delegação da Santa Sé.

O texto menciona a “tarefa vital” de enfrentar as alterações climáticas, no contexto do combate à atual pandemia de covid-19, que exige “profunda solidariedade e cooperação fraterna” entre todos os povos.

“As feridas infligidas à nossa família humana pela pandemia de covid-19 e o fenómeno da mudança climática são comparáveis às resultantes de um conflito global”, sublinha.

“Só poderemos atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris se agirmos de forma coordenada e responsável. Essas metas são ambiciosas e já não podem ser adiadas. Hoje compete-vos a vós tomar as decisões necessária”, diz o papa.

“Os países mais desenvolvidos precisam de assumir um papel de liderança nas áreas de financiamento do clima, descarbonização no sistema económico e na vida das pessoas, na promoção de uma economia circular, apoiando os países mais vulneráveis que se procuram adaptar ao impacto das mudanças climáticas e responder às perdas e danos que estas causaram”, refere o pontífice.

Francisco destaca o compromisso da Igreja Católica na promoção de uma “ecologia integral”, promovendo “novos estilos de vida”.

A intervenção evocou ainda o apelo conjunto que o papa assinou, com vários líderes religiosos mundiais, no passado dia 4 de outubro, pedindo ações para travar as alterações climáticas e a promoção de uma “cultura do cuidado”.

Francisco diz que o mundo precisa de “esperança e coragem” para uma transição que deve ter em consideração “os povos mais vulneráveis” e a “dívida ecológica” em relação aos mesmos. Pede, igualmente, mais recursos para responder à emergência climática, “com a instauração de procedimentos cuidadosamente negociados para o perdão da dívida externa, vinculados a uma reestruturação

Partilhar
Newsletter

Receba as nossas notícias no seu e-mail