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26 dezembro 2022

Papa condena «ventos de guerra»

Tempo de leitura: 3 min
O Papa Francisco condenou, na mensagem de Natal, os ventos «gélidos» de guerra e evocou as pessoas com fome e os excluídos da sociedade.
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Francisco na varanda da Basílica de São Pedro, indicou a necessidade de um «mundo aberto, livre para viver na fraternidade e na paz» (Foto: LUSA/EPA/ANSA/CLAUDIO PERI)

O Papa Francisco condenou ontem, 25 de Dezembro, na sua mensagem de Natal, os ventos «gélidos» de guerra que ameaçam a Humanidade. Lembrou, de modo particular, a guerra na Ucrânia e o impacto deste conflito nas populações mais pobres do mundo. O papa disse que a «guerra sem sentido», no leste da Europa, deixou «populações inteiras em risco de carestia, especialmente no Afeganistão e nos países do Corno de África. Toda a guerra – bem o sabemos – provoca fome e serve-se até do alimento como arma, ao impedir a sua distribuição às populações já atribuladas».

Francisco falou também dos vários «teatros da terceira guerra mundia», que tem denunciado em várias ocasiões. Mencionou os conflitos na «Síria, ainda martirizada por um conflito que passou para segundo plano, mas não terminou», na Terra Santa, «onde nos últimos meses aumentaram as violências e os confrontos, com mortos e feridos», na região africana do Sahel, no Iémen, Mianmar e Irão, apelando ao fim do «derramamento de sangue». E referiu ainda as «tensões políticas e sociais» no continente americano, recordando o sofrimento da população do Haiti.

O papa fez um apelo a que não nos «esqueçamos dos numerosos deslocados e refugiados que batem à nossa porta à procura de conforto, calor e alimento. Não nos esqueçamos dos marginalizados, das pessoas sós, dos órfãos e dos idosos que correm o risco de acabar descartados, dos presos que olhamos apenas sob o prisma dos seus erros e não como seres humanos».

Posterormente, na bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade [de Roma] e ao mundo), desde a varanda da Basílica de São Pedro, convidou a redescobrir a centralidade de Jesus nas celebrações do Natal: «Jesus nasce no meio de nós, é Deus-connosco. Vem para acompanhar a nossa vida quotidiana, partilhar tudo connosco, alegrias e amarguras, esperanças e inquietações. Vem como menino indefeso. Nasce ao frio, pobre entre os pobres. Carecido de tudo, bate à porta do nosso coração para encontrar calor e abrigo».

Na sua mensagem a favor da paz e da fraternidade, Francisco convidou a aprender «com o Príncipe da paz, empenhemo-nos todos – a começar pelos que têm responsabilidades políticas – para que o alimento seja só instrumento de paz».

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