Na intenção de oração para o mês de Junho, divulgada pela Rede Mundial de Oração do Papa, confiada à Companhia de Jesus, Francisco assinala que «a tortura não é uma história do passado. Infelizmente, faz parte da nossa história actual». E pergunta: «Como é possível que a capacidade humana para a crueldade seja tão grande?»
No vídeo, apresentam-se imagens de presos em condições desumanas – amarrados a uma cadeira, encapuzados, com as mãos atadas – e reconstroem-se lugares e práticas de tortura em vigor em várias partes do mundo. E Francisco recorda que «existem formas de tortura muito violentas, outras mais sofisticadas, como os tratamentos degradantes, a anulação dos sentidos ou as detenções em massa em condições desumanas que tiram a dignidade da pessoa».
Lembrando que o próprio Jesus «foi torturado e crucificado», o papa pede que a Humanidade detenha o «horror da tortura». E sublinha «que é essencial colocar a dignidade da pessoa acima de tudo. Caso contrário, as vítimas não são pessoas, são “coisas” e podem ser objecto de maltratos desmedidos, causando a morte ou danos psicológicos e físicos permanentes por toda a vida.»
O papa faz, assim, um apelo a toda a comunidade internacional, «para que se empenhe concretamente na abolição da tortura, garantindo apoio às vítimas e aos seus familiares». Já num discurso de 2014, Francisco tinha assinalado que «estes abusos se poderão deter unicamente com o firme compromisso da comunidade internacional em reconhecer […] a dignidade da pessoa humana sobre todas as coisas».