Actualidades
28 setembro 2025

A Missão faz a Igreja

Tempo de leitura: 3 min
Envolver todos na missão da Igreja foi o tema das Jornadas Missionárias deste ano.
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Por P.e José Rebelo,

missionário comboniano

diretor nacional das OMP

 

Com o tema «Missionários de esperança entre os povos», decorreram em Fátima as Jornadas Missionárias. Realizaram-senos dias 20 e 21 de setembro para refletir sobre a relação entre sinodalidade e missão. O objetivo é explicar como a missão é um dos pilares da sinodalidade, e que a comunhão e participação que a Igreja é convidada a pôr em prática na dinâmica do sínodo devem levá-la a abrir-se à universalidade, e propor a mensagem libertadora do Evangelho e a comunhão com Jesus a todos os povos.

O Documento Final da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos reafirma a ideia de que «a sinodalidade é missionária» (como repetiu o Papa Francisco), ao dizer que a sinodalidade «visa a missão que Cristo confiou à Igreja no Espírito» (n. o 32). Ela pressupõe um modelo circular de Igreja, onde todos têm igual dignidade em virtude do seu batismo, e em que todos, com a riqueza dos seus dons, têm um papel irrenunciável a desempenhar. Por isso, o documento afirma: «valorizando todos os carismas e ministérios, a sinodalidade permite ao Povo de Deus anunciar e testemunhar o Evangelho aos homens e mulheres de todos os tempos e lugares» (n. o 32).

A experiência das primeiras comunidades, narradas no livro dos Atos dos Apóstolos mostra como a sinodalidade, entendida como o «caminhar juntos» com Cristo em direção ao Reino de Deus leva os cristãos a sair e a anunciar a fé.

O cardeal Luís António Tagle, no encontro com os diretores nacionais das Obras Missionárias Pontifícias, em maio passado, deu um exemplo de como as dioceses também devem fazer o seu caminho sinodal missionário. Falou do seu bispado em Imus, na Filipinas. Contou que, quando foi ordenado bispo, a diocese tinha 27 padres, poucos para as necessidades. Apesar disso, ele decidiu enviar dois deles em missão. Os padres não concordaram, mas não o demoveram. E Deus abençoou aquela decisão: poucos anos depois, o número de padres na diocese de Imus mais do que duplicou. Daí a conclusão do cardeal Tagle: «Quando uma diocese tiver escassez de vocações sacerdotais, deve enviar alguns padres em missão.» É uma lição de lógica divina, só entendível na perspetiva da fé.

Deste modo se atesta que a missão faz a Igreja, atraindo mais pessoas para a comunhão com Jesus, ajudando quem se doa a aprofundar a sua fé e moldando a forma de a comunidade celebrar e ser cristã.

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