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16 dezembro 2025

Papa Leão desafia a «economia que mata»

Tempo de leitura: 19 min
Neste ano, 808 milhões viviam em situação de pobreza extrema, enquanto 1% da população mundial detinha mais riqueza do que 95% da Humanidade. Leão XIV pergunta: «Os que nasceram pobres valem menos como seres humanos e devem limitar-se a sobreviver? Da nossa resposta depende o nosso futuro.»
Margarida Santos Lopes
Jornalista
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Elon Musk, o magnata que, com o beneplácito de Donald Trump, iniciou o desmantelamento da USAID – a maior agência de apoio aos países mais pobres, criada em 1961 por um presidente católico, John F. Kennedy –, vai tornar-se o primeiro trilionário do mundo, e Leão XIV, o primeiro papa nascido nos Estados Unidos da América, não esconde a sua preocupação.

«Se essa for a única coisa que tem valor, a sociedade enfrenta um grande problema», assim se pode traduzir a reacção do papa, numa entrevista ao jornal digital Crux Now, quando soube que Musk, o homem mais rico do mundo, exigiu à Tesla, uma das suas empresas, «um pacote de incentivos» de um bilião de dólares (870 mil milhões de euros)1, «algo sem precedentes na história empresarial». Isto apesar de a fortuna deste oligarca já equivaler a quase 460 mil milhões de euros – mais 42% do que o produto interno bruto de Portugal (266 mil milhões) em 2024, e superior até ao produto interno bruto (PIB) de nações opulentas como a Dinamarca (374 mil milhões) e a Noruega (446 mil milhões) –, segundo estimativas da revista Forbes.

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Dezembro 2025 - nº 763
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