
Elon Musk, o magnata que, com o beneplácito de Donald Trump, iniciou o desmantelamento da USAID – a maior agência de apoio aos países mais pobres, criada em 1961 por um presidente católico, John F. Kennedy –, vai tornar-se o primeiro trilionário do mundo, e Leão XIV, o primeiro papa nascido nos Estados Unidos da América, não esconde a sua preocupação.
«Se essa for a única coisa que tem valor, a sociedade enfrenta um grande problema», assim se pode traduzir a reacção do papa, numa entrevista ao jornal digital Crux Now, quando soube que Musk, o homem mais rico do mundo, exigiu à Tesla, uma das suas empresas, «um pacote de incentivos» de um bilião de dólares (870 mil milhões de euros)1, «algo sem precedentes na história empresarial». Isto apesar de a fortuna deste oligarca já equivaler a quase 460 mil milhões de euros – mais 42% do que o produto interno bruto de Portugal (266 mil milhões) em 2024, e superior até ao produto interno bruto (PIB) de nações opulentas como a Dinamarca (374 mil milhões) e a Noruega (446 mil milhões) –, segundo estimativas da revista Forbes.
