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07 novembro 2019

Indígenas contra Lenín e o FMI

Tempo de leitura: 5 min
Pressionado pela má situação económica, o presidente equatoriano, Lenín Moreno, decretou um pacote de medidas económicas que caíram mal no país. O resultado foi um levantamento indígena que quase o expulsou do poder e lançou o país no caos.
Fernando Sousa
Jornalista
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Um acordo de última hora entre o Governo e a poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (CONAIE) salvou o Equador de mergulhar no caos, tudo devido a um decreto que impunha medidas económicas que agravariam ainda mais as condições de vida da parte mais vulnerável da população. E, claro, salvou também o presidente Lenín Moreno de ir embora do cargo dois anos e meio depois de o ter conquistado.

Obrigado por um motim que já levava doze dias, o líder equatoriano ofereceu negociações que os amotinados recusaram, mas acabaram por aceitar – as Nações Unidas e a Conferência Episcopal tinham-se metido entretanto entre os dois. Quatro horas volvidas, a lei [883] que motivara a revolta desaparecia, substituída pela promessa de outra concertando a urgência de medidas económicas saneadoras com os receios da população mais vulnerável.

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