Um acordo de última hora entre o Governo e a poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (CONAIE) salvou o Equador de mergulhar no caos, tudo devido a um decreto que impunha medidas económicas que agravariam ainda mais as condições de vida da parte mais vulnerável da população. E, claro, salvou também o presidente Lenín Moreno de ir embora do cargo dois anos e meio depois de o ter conquistado.
Obrigado por um motim que já levava doze dias, o líder equatoriano ofereceu negociações que os amotinados recusaram, mas acabaram por aceitar – as Nações Unidas e a Conferência Episcopal tinham-se metido entretanto entre os dois. Quatro horas volvidas, a lei [883] que motivara a revolta desaparecia, substituída pela promessa de outra concertando a urgência de medidas económicas saneadoras com os receios da população mais vulnerável.