A América Latina está na iminência de outra década perdida, a expressão que marcou as crises económicas da década de 1980, de má memória – de péssima memória. É para o que aponta o mais recente relatório da Comissão Económica para a América Latina e as Caraíbas (CEPAL), com base nas consequências económicas da pandemia que assola o mundo. É coisa para ficar? Não, não é, mas será difícil e em qualquer dos casos demorada.
As sequelas da nova crise, que desta vez não se deveu a dívidas externas impagáveis, grandes défices fiscais e inflações descontroladas, serão «maiores do que se esperava em recessão, pobreza, desemprego e queda do consumo», devendo a recuperação levar anos, nas palavras da secretária executiva da comissão, Alicia Bárcena, durante a apresentação do relatório, em Santiago do Chile. A CEPAL é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas, no seu caso fundada para acompanhar a pulsação económica na região.