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14 novembro 2020

Não a outra década perdida

Tempo de leitura: 5 min
A economia da América Latina não deverá recuperar da virose senão passados dez anos, na pior das hipóteses. Mas para isso deverá apostar na boa gestão dos rendimentos e na sábia orientação das despesas públicas, diz a CEPAL.
Fernando Sousa
Jornalista
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A América Latina está na iminência de outra década perdida, a expressão que marcou as crises económicas da década de 1980, de má memória – de péssima memória. É para o que aponta o mais recente relatório da Comissão Económica para a América Latina e as Caraíbas (CEPAL), com base nas consequências económicas da pandemia que assola o mundo. É coisa para ficar? Não, não é, mas será difícil e em qualquer dos casos demorada.

As sequelas da nova crise, que desta vez não se deveu a dívidas externas impagáveis, grandes défices fiscais e inflações descontroladas, serão «maiores do que se esperava em recessão, pobreza, desemprego e queda do consumo», devendo a recuperação levar anos, nas palavras da secretária executiva da comissão, Alicia Bárcena, durante a apresentação do relatório, em Santiago do Chile. A CEPAL é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas, no seu caso fundada para acompanhar a pulsação económica na região.

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