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14 janeiro 2022

Missionárias Combonianas celebram 150 anos de missão

Tempo de leitura: 4 min
As Missionárias Combonianas foram fundadas por São Daniel Comboni em 1872. Celebram, portanto, um ano jubilar, conscientes de que este momento muito particular no «hoje» da sua história lhes permite sonhar com um futuro de esperança.
Ir. Maria do Carmo Bogo e Redacção
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A história das Missionárias Combonianas começou a partir da intuição profética de Daniel Comboni, um missionário com uma grande paixão por Cristo e por África. Ele percebeu a urgência de integrar mulheres consagradas na missão evangelizadora da Igreja, considerando que a sua presença «constitui um elemento essencial e indispensável para a difusão da fé na África Central».

O sonho de Comboni de ter um instituto feminino dedicado exclusivamente à missão além-fronteiras iniciou-se, em Verona, Itália, em 1872, onde nasceu e se desenvolveu o Instituto feminino chamado inicialmente Pie Madri della Nigrizia (Piedosas Mães da África).

Em 1877, na sua sétima viagem à África, Comboni levou consigo as suas primeiras cinco missionárias. Elas caminharam ao lado dos africanos, por lugares desconhecidos, inóspitos e incertos, sendo testemunhas fiéis a Cristo no meio de muitas provas.

Como pretendia o fundador, as Missionárias Combonianas são mulheres apaixonadas por Jesus Cristo, sempre no caminho da missão, irmãs e companheiras de viagem dos mais pequenos e vulneráveis. Hoje, unidas por este único ideal, formam uma família exclusivamente missionária, com irmãs provenientes de 33 nações, que trabalham em 30 países de quatro continentes.

 

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Celebrar um ano jubilar

As Missionárias Combonianas estão a celebrar 150 anos (1872-2022) de missão percorridos pelos caminhos da África, que nunca abandonaram, embora tenham alargado os horizontes da missão à América, Ásia e Europa – sobretudo no campo das migrações.

Celebram um ano de Jubileu, sabendo que é um tempo para sincronizar a vida pessoal e comunitária ao ritmo divino. Um tempo de suspensão e receptividade permitindo que a «terra» pessoal e comunitária se possa regenerar para acolher novas sementeiras do Reino de Deus, entre os povos, onde são chamadas a viver o carisma recebido.

O chamamento à vida, ou seja, à vocação, continua a ser, antes de mais, encontro, sedução e coragem libertada de toda a ilusão, pronta a assumir as contradições e as complexidades do percurso.

O Papa Francisco lembra que o descanso é o ampliar do olhar que nos leva a reconhecer os direitos do próximo; que o descanso nos encoraja a cuidar de nós mesmos, da Natureza e dos pobres; a descobrir a acção de Deus na alma, mas também capacitando-nos a tomar decisões concretas para irmos ao encontro de quem precisa da nossa ajuda (cf. Laudato Si’, 237 e 233).

Inspira a vida dessas mulheres consagradas a experiência concreta do fundador: foi depois da paragem forçada em Roma, após o fracasso da primeira viagem à África que Daniel Comboni escreveu o Plano, apresentando novas intuições e novas estratégias missionárias.

É bom este tempo de vigia, que não se vê, porque vai para lá do visível inventando caminhos novos. A Terra contém o ritmo do Seu Criador. Aquele mesmo ritmo que, no início da Criação, alterna acção e contemplação quando «Deus disse», «Deus fez», «Deus viu» que tudo era bom.

Todos estamos convidados a viver com as Missionárias Combonianas este ano jubilar, prestando ouvidos à voz de Deus, que nos convida a confiar na Sua Providência ao longo dos nossos percursos, por vezes cansativos e difíceis de decifrar, por causa do nevoeiro que encurta o nosso horizonte. Aceitemos o descanso que se nos oferece, com tal delicadeza e amor: «Vinde até mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e dar-vos-ei descanso» (Mt 11,28). 

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