A COP27, conferência das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, terminou em Novembro, em Sharm el-Sheikh (Egipto), e Patrick Saidi Hemedi não viu ali grande vontade de Estados, doadores e filantropos «impedirem que a Mãe Terra continue a arder». Mas este activista congolês transfere agora a esperança para a Conferência de Biodiversidade da ONU (CBD COP15), que se realiza de 7 a 19 de Dezembro, em Montreal (Canadá), confiando em que os povos indígenas que constituem menos de 5% da população global, mas protegem mais de 80% da biodiversidade do mundo, serão, finalmente, reconhecidos como os verdadeiros guardiões dos ecossistemas do planeta.
Coordenador nacional da Dinâmica dos Grupos de Povos Autóctones (DGPA), uma rede de 45 organizações que fazem campanha pelas populações indígenas em todo o território da República Democrática do Congo (RDC) – onde se situa 60% da bacia do Congo –, Saidi descreve-se como «actor principal» num processo que «durou catorze anos», para proteger os direitos dos pigmeus indígenas na região conhecida como pulmão de África.