Opinião
22 setembro 2019

Baptizados e enviados

Tempo de leitura: 3 min
A Igreja missionária é uma Igreja que sai, inclusive que muda de lugar.
António Lopes
Director nacional das OMP
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O Papa Francisco escolheu o mês de Outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário para toda a Igreja Católica com o tema Baptizados e Enviados. A Igreja em Missão no mundo. Ele pede uma maior consciência para a missão.

As Jornadas Missionárias, que se realizam nos dias 28 e 29 de Setembro, em Fátima, respondem a esse apelo do papa com o tema: Baptizados e Enviados. A missão na acção evangelizadora do cristão.

Neste Ano Missionário, será que sentimos este pulsar missionário? Sentimos reavivar em nós o nosso Baptismo? Sentimo-nos enviados com esta característica de estarmos todos, tudo e sempre em Missão?

O objectivo destas Jornadas Missionárias é avivar «um anúncio que oferece aos crentes, mesmo tíbios e não praticantes, uma nova alegria na fé e na fecundidade evangelizadora» (EG 11), aprofundando o significado do nosso baptismo e o porquê de sermos enviados.

Baptizados. Quando no dia do baptismo se pergunta: «Que pedis à Igreja para o vosso filho?», a resposta sai aberta e franca: «O Baptismo!»; o mesmo é dizer «a Fé!». A fé em quem? Em Jesus Cristo!, respondemos todos. O baptismo é esse encontro com Cristo; um estar com Ele, para aprender dele a ser verdadeiros discípulos missionários. 

Reviver o nosso baptismo é «voltar a Jesus». «Voltar a Jesus» é reencontrar-se com Ele, para fazer vida com Ele, e anunciá-Lo.

«Voltar a Jesus» é proclamá-lo com a coerência da vida, mas também com palavras, apresentando-O como nosso Mestre e Senhor. É que podemos estar a viver um cristianismo de alguma maneira não cristão, carente de Evangelho e à margem de Jesus.

Enviados. Ninguém deve guardar para si a revelação do encontro com Jesus Cristo. Ela chega até nós para a comunicarmos aos outros; para gerar vida espiritual nos outros e despertar a capacidade do encontro pessoal e íntimo de todo o ser humano com Deus.

Com diversos nomes, o Papa Francisco apela à necessidade que a Igreja saia de si mesma, saia a evangelizar se quer ser fiel a Jesus. É por isso que fala de «uma Igreja missionária»; de «uma Igreja em saída», de «uma Igreja de portas abertas»; «uma Igreja livre de si mesma», livre das suas preocupações internas e mais aberta às necessidades das pessoas de hoje.

A Igreja missionária é uma Igreja que sai, inclusive que muda de lugar. Mas é importante sair com uma finalidade, que não é outra que a missão que Jesus nos entregou: Evangelizar.

Evangelizar não é obrigar; é propor. A proposta tem de ser feita sem pressas (de resultados) e desde dentro, entrando na cultura do outro, conhecendo a sua forma de vida, partilhando com ele, dando-se a conhecer, escutando e oferecendo-se (cf. EG 46).

Como seria bom sonhar com o Papa Francisco com uma «opção missionária capaz de transformar tudo: os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial para que se tornem um canal adequado para a evangelização do mundo actual» (EG 27).

Publicação conjunta da MissãoPress

 

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