Verão é sinónimo de viagens e a terra das origens propõe-se como um destino aliciante para qualquer viajante que goste de explorar novas paragens. A Etiópia é um país atractivo para quem gosta de turismo histórico, natural, cultural e até religioso. O país é coberto por uma boa rede viária, servido de aeroportos e os hotéis são muito acolhedores.
As cidades santas de Aksum, Lalibela e Harar e os castelos de Gondar encontram-se entre os destinos históricos mais relevantes, além de duas pontes ditas portuguesas junto às Cataratas de Tississat, sobre o Nilo Azul (de 1620) e depois do mosteiro de Debre Libanos, a pouco mais de 100 quilómetros a norte da capital. Há ainda sítios arqueológicos e paleontológicos a explorar.
Aksum, que foi a capital do império homónimo, tem cerca de 2000 anos e é famosa pelas suas estelas. As três maiores vão de 23 a 33 metros e foram esculpidas com uma porta e filas de janelas como elegantes torres habitadas. No museu local, há 27 tronos esculpidos em pedra e outras curiosidades encontradas nas escavações das ruínas de palácios. Na Igreja de Santa Maria de Sião, juram que está a bíblica Arca da Aliança, guardada dia e noite por um monge ortodoxo. A entrada é interdita.
Lalibela é um complexo formado por onze igrejas talhadas na rocha mandadas esculpir pelo rei Lalibela (1181-1221) qual nova Jerusalém para os peregrinos etíopes que corriam sérios riscos de vida ao rumarem à Terra Santa. Verdadeira maravilha arquitectónica, há quem creia que foi construída pelos Templários, mas é um monumento imenso à capacidade criadora dos Etíopes.
Harar, a quarta cidade santa do Islão, é uma cidade amuralhada no Leste do país com pelo menos 82 mesquitas (três do século x) e 106 santuários. As casas locais são um sumário muito belo do casamento da cultura etíope com a arte islâmica.
A cidadela fortificada de Fasil Ghebbi (na foto), em Gondar, começou a ser edificada à volta de 1640 por engenheiros militares portugueses idos da Índia durante a campanha contra Ahmed Gragn, que queria acabar com a presença cristã na área. O rei Fasilides estabeleceu aí a capital e construiu o primeiro castelo. Antes, a corte imperial era móvel e vivia em tendas. A cidadela é protegida por uma muralha de 900 metros e tem 12 palácios e outras construções e três igrejas, obras de meia dúzia de monarcas.
A nível de turismo natural, dois grandes parques se impõem: as montanhas de Simien e Bale. O primeiro, no Norte, tem o ponto mais alto da Etiópia, o pico de Ras Dashan, com 4550 metros de altitude. Ambos alojam inúmeras espécies autóctones. O parque de Abijatta-Shalla – à volta dos dois lagos com o mesmo nome – é um paraíso para observadores de aves. Outro sítio de estranha beleza é a depressão de Danakil, um dos pontos mais quentes e inóspitos da Terra, a mais de 100 metros abaixo do nível do mar, pintado de amarelo, branco, laranja, verde e vermelho pelo enxofre e cloro que borbulham da terra vulcânica.
A Etiópia é um destino que fascina pelas suas gentes, monumentos, paisagens de beleza ímpar. Precisa é de paz.