Aventura da Fé
18 agosto 2025

Ser próximos como Jesus - Invencíveis

Tempo de leitura: 3 min
Carmen Aranda é leiga missionária comboniana (LMC). Natural de Múrcia, Espanha, na juventude, foi em missão ao Uganda durante três anos, com o povo acholi.
Mateus Bijóias
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Carmen diz que conhecer Jesus Cristo mudou-lhe a vida e, agora, por O ter conhecido, gosta de contribuir para mudar a vida a outras pessoas.

Em Múrcia, Carmen Aranda trabalha na Cáritas e conta como é estar nas pegadas de Jesus Ressuscitado, com os pobres e maltratados na vida:

«Por vezes, vemos pessoas e não imaginamos a vida que têm. Na Cáritas atendemos muitas pessoas. Quase toda a gente chega à espera de soluções imediatas: comida, ajuda, conforto ou o que quer que seja. Quando são muitos os que batem à porta, corremos o risco de não ver a pessoa, nem o que passou ou viveu, mas “o que está a pedir”.

Há famílias migrantes, mulheres com filhos ou crianças que vêm sozinhas. Chegam feridas e com expectativas. Algumas por opção e outras empurradas pelos conflitos que as afastam da sua terra, das suas casas e do abraço das suas famílias. Acolhendo-as, percebo como precisamos de Deus e de ter mente e coração bem-dispostos.

Por vezes, ouço as pessoas desabafar. Umas dizem que estão “em desacordo com Deus”. Outras perguntam “como é que um Deus bom permite que eu sofra tanto?!...”; “onde estava Deus quando me ameaçaram de morte?”, “onde estava Deus quando me expulsaram de casa e me roubaram tudo o que tinha?”.

 

Deus está connosco

Este ano, por inspiração, ocorreu-me convidar uma destas pessoas feridas a participar na Páscoa na paróquia. Ela não me disse que não, mas não deu a certeza de que iria. Teve a coragem de o fazer. Sentou-se no último banco da igreja, como se quisesse ver, mas de longe, perto da porta. Respeitei a distância e o espaço, mas permaneci atenta.

No fim do primeiro dia, encontrei-a emocionada. Disse-me que esteve calma, depois de seis anos sem pôr os pés numa igreja. Gostou, sentiu-se em paz. Disse que os seus problemas foram deixados à porta por um momento. Há meses que tomava medicamentos para conseguir dormir. Disse-me que respirou.

Ela ouviu os relatos da paixão, morte e ressurreição de Jesus. E percebeu que a sua famosa pergunta “Onde está Deus?” obteve resposta: Deus está a sofrer ao lado de cada pessoa, e o que temos de perguntar é onde estão os homens e as mulheres de boa vontade para levar a carícia e a consolação de Deus àqueles que estão desesperados.»

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EDIÇÃO
Julho e Agosto 2025 - nº 642
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