A. Os discípulos tinham imensas perguntas acerca de Deus. O mestre disse-lhes:
– Deus é o desconhecido e o inexplicável. Qualquer afirmação sobre Ele, qualquer resposta às vossas perguntas, será apenas uma distorção da Verdade.
Os discípulos ficaram perplexos:
– Então, porque falais dele, mestre?
O mestre respondeu-lhes:
– Porque somos ignorantes e o que fazemos é tentar aproximar-nos da verdade. Se fazemos perguntas, é porque há respostas. A nossa tarefa é continuar a perguntar, continuar à procura. Dia após dia, com a cooperação de todos – e no todos incluo Deus – obteremos as respostas. Falar não é ditar; é querer obter respostas esclarecedoras. Olhemos para as aves. Porque cantam as aves? Porque querem ser correspondidas.
B. O grande general japonês Nobunaga decidiu atacar, apesar de ter apenas um soldado por cada dez inimigos. Ele estava confiante na vitória. Os seus soldados, porém, tinham muitas dúvidas.
Enquanto marchavam para a batalha, pararam para rezar. Depois de rezarem, Nobunaga disse:
– Vou atirar uma moeda ao ar. Se sair cara, ganharemos; se sair coroa, seremos derrotados. O destino revelar-nos-á a sua face.
Ele atirou a moeda ao ar e saiu cara. Os soldados encheram-se de tanta vontade de lutar que não tiveram nenhuma dificuldade em vencer.
No dia seguinte, um soldado disse a Nobunaga:
– Ninguém pode mudar a face do destino.
– Exatamente – respondeu Nobunaga, enquanto lhe mostrava uma moeda falsa que tinha cara de ambos os lados.