Aventura da Fé
06 outubro 2025

«Gota de água num mar de dor»

Tempo de leitura: 2 min
Outubro é conhecido como mês missionário por excelência, porque no seu penúltimo domingo é comemorado o Dia Mundial das Missões. Em acréscimo, neste ano jubilar, vai acontecer no Vaticano, nos dias 4 e 5 de outubro, o jubileu do mundo missionário. Por isso, te apresentamos a Ir. María del Amor Puche
Mateus Bijóias
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María del Amor Puche é uma irmã missionária comboniana, que está em missão em Balama, Moçambique. Balama pertence à diocese de Pemba, na província de Cabo Delgado.

 

Missão num contexto hostil

A missão de Balama onde está a irmã María del Amor é constituída por cerca de 75 localidades com a respetiva capela. No centro da paróquia, na casa onde ela reside, estão mais quatro irmãs combonianas, e as cinco visitam regularmente as povoações. Nesses lugares, habitualmente, os catequistas reúnem as pessoas aos domingos para a catequese e para a leitura, meditação e celebração da Palavra de Deus. As missionárias dão apoio e formação aos catequistas. E, quando o sacerdote também visita as comunidades, celebram a Eucaristia.

A poucos quilómetros da missão, está ativo um grupo guerrilheiro que já matou muitas pessoas. A população vive com medo e famílias inteiras procuraram refúgio noutras terras. A Igreja também sofre. Os terroristas saquearam, destruíram e queimaram estruturas da Igreja. Em 2022, mataram a irmã missionária comboniana Maria De Coppi, e, em 2023, raptaram duas freiras (libertadas entretanto).

Em torno do centro da missão e de algumas das aldeias próximas há três campos de refugiados, nos quais muitas pessoas vivem mal. Cada campo tem capacidade para trezentas famílias, compostas em média por 13 ou 14 membros. A situação ali é horrível: não há comida nem água. Também não há escolas nem algo parecido com um hospital. As pessoas vivem como se estivessem num deserto e mantêm a sua tenda em pé com apenas duas estacas. A irmã María del Amor diz que o fazem é uma gota de água num mar de sofrimento.

No meio daquela dor, as missionárias trabalham com mulheres deslocadas. Têm ateliês de costura, alfabetização, economia doméstica e microcrédito, e espaços para a escuta, que são de grande ajuda para as mulheres, porque, além do que aprendem, podem expressar a dor que carregam dentro.

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EDIÇÃO
Outubro 2025 - nº 644
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