A sua família tinha sido batizada apenas catorze anos antes, e esse facto foi muito importante para a evangelização daquela região do Pacífico, porque o pai era o chefe da comunidade. A família, ao aderir ao cristianismo, renunciou às práticas de bruxaria e canibalismo, muito presentes na cultura do seu povo.
Por outro lado, os pais de Peter To Rot tinham uma relação muito próxima com os Missionários do Sagrado Coração. Eles ajudaram a construir a missão: doaram terras para a igreja, a escola e a residência dos missionários. Também eram uma família muito gentil e sempre disposta a ajudar os mais necessitados.
Peter To Rot aprendeu a amar Jesus, demonstrou grande entusiamo pela Eucaristia e ofereceu-se para ser acólito. Na escola, quando perguntavam às crianças quem havia rezado as orações da manhã e da noite, ele levantava sempre a mão.
Com 18 anos, To Rot inscreveu-se na escola de catequistas. Seis anos depois, casou com Paula Varpit, também ela muito fervorosa. Inspirado pela fé em Jesus Cristo, Peter To Rot foi um marido dedicado, um pai amoroso e um catequista ativo. Era conhecido pela sua amabilidade, generosidade e compaixão.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Papua-Nova Guiné foi ocupada pelo Exército do Japão. Na aldeia de Rakunai, quando os japoneses prenderam os missionários, To Rot assumiu as tarefas da paróquia. Ele continuou a ensinar a Palavra de Deus, a visitar os doentes e a administrar os sacramentos do Batismo e do Matrimónio.
Em 1944, os japoneses suprimiram a liberdade religiosa. As casas dos papuásios eram revistadas à procura de objetos religiosos. Os catequistas foram levados para a esquadra da polícia e proibidos de exercer. Peter to Rot respondeu com determinação: «Não podem proibir-nos de ser católicos e de viver e morrer como tais. Eu sou catequista e cumprirei o meu dever, mesmo que custe a minha vida.»
Preso, Peter permaneceu sereno e alegre, até ser assassinado com uma injeção em julho de 1945.
Foi beatificado em janeiro de 1995, pelo Papa São João Paulo II. É proclamado santo pelo Papa Leão XIV no dia 19 deste mês de outubro.
1912 Peter To Rot nasce em Rakanui, na ilha de Nova Bretanha, Papua-Nova Guiné
1930 Inscreve-se na escola de catequistas
1936 Casa com Paula Varpit, cristã fervorosa, e tiveram três filhos
1942 O Japão invade a Papua-Nova Guiné, proíbe o cristianismo e expulsa os missionários. Peter continua a liderar a paróquia em segredo
1944 É preso. E é morto com uma injeção em 1945
1995 É declarado beato pelo Papa São João Paulo II
2025 É declarado santo pelo Papa Leão XIV