Valores
14 dezembro 2025

O Correio da Alegria

Tempo de leitura: 1 min
Neste bonito conto para a terceira semana de Advento, percebemos que a alegria deste tempo passa sempre pelas mãos de alguém.
Sérgio Carvalho
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Na vila de Santa Luzia, a chegada do carteiro era o momento mais esperado do dia. Mas no Advento daquele ano, algo diferente aconteceu: Miguel, o carteiro, começou a encontrar pequenos envelopes sem remetente na sua própria mala.

No primeiro dizia:

“Entrega à Dona Eulália. Dize-lhe que não está esquecida.”

No segundo:

“Para o senhor António. Um agradecimento por varrer a rua mesmo quando ninguém vê.” 

No terceiro:

“Para a menina Clara. Diz-lhe que a sua música melhora o mundo.” 

E assim por dez dias seguidos. Miguel, intrigado, distribuía as mensagens e via rostos iluminarem-se. Eulália chorou. António ficou corado. Clara correu para contar à mãe.

Na última carta, Miguel encontrou finalmente uma mensagem para si:

“A alegria espalha-se quando alguém decide entregá-la.”

Miguel sorriu pela primeira vez em meses.

E percebeu que a alegria do Advento nunca cai do céu por acaso — passa sempre pelas mãos de alguém.

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EDIÇÃO
Dezembro 2025 - nº 645
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