Acontece todos os dias à nossa volta, nas nossas cidades, nos nossos bairros e, às vezes, nas nossas casas. Laranjas ou peras, peixe, carne e até pão, que estão ainda em perfeitas condições, vão direitinhos para o lixo, por este ou aquele motivo – e há muitos. São restos de refeições – de restaurantes e das famílias – que poderiam ser aproveitados, mas que já ninguém come, alimentos que sobram das vendas nos supermercados, fruta que não tem o tamanho “certo” e não chega sequer às lojas, e por aí fora. Ninguém sabe ao certo qual é a soma final deste desperdício, embora algumas contas apontem para números astronómicos de muitos milhões de toneladas em todo o mundo.
A FAO, a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, calcula que os países industrializados desperdicem em média 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos anualmente. Na União Europeia, por exemplo, os 450 milhões de habitantes dos seus (agora) 27 países, esse desperdício rondava, em 2016, as 89 milhões de toneladas – e um milhão de toneladas era da responsabilidade dos portugueses, cabendo às famílias a responsabilidade por 324 mil toneladas de comida atirada para o lixo.