Sala de convívio
19 julho 2019

A ostra e o rato

Tempo de leitura: 1 min
Baseado na fábula de Leonardo Da Vinci, esta peça de teatro ensina que pensar apenas em si mesmo pode trazer consequências prejudiciais ou mesmo fatais. Todavia, quando há boa vontade, pode-se ser altruísta.
Tiago Ferreira
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Personagens: Narrador, Ostra, Peixes, Rato e Gato.

Narrador: Certo dia, uma ostra viu-se, juntamente com um grande número de peixes, dentro da casa de um pescador, a pouca distância do mar.

Peixes: Que triste sorte a nossa! Vamos morrer asfixiados.

Ostra: Aguentem-se! Ânimo. Ouço alguém a chegar.

Peixes: É um rato. Menos mal que não é um gato.

Ostra: Rato, será que poderias levar-nos para o mar, se fazes favor?

Rato: Peixes, lamento, mas são muitos e demasiado pesados para mim.

Narrador: Na verdade, o rato estava interessado na ostra. Era grande e bonita. E pensava que devia ser deliciosa. Por isso, decidido a comê-la, disse:

Rato: A ti, Ostra, posso certamente. Mas é preciso que abras a tua concha, porque assim fechada não posso carregar-te.

Narrador: A Ostra, prevenindo-se, abriu cautelosamente a concha. O rato meteu imediatamente o focinho para a abocanhar.

Ostra: Rato, a tua maldade vai custar-te caro.

Rato: Solta-me a cabeça, solta-me a cabeça!

Ostra: Não a tivesses enfiado de mais.

Rato: Estás a magoar-me o pescoço. Solta-me…

Narrador: E como o Rato não parava de gritar, um gato ouviu-o, veio a correr e devorou-o. A Ostra e os Peixes, temendo pela própria vida, e porque nada tinham a perder, apelaram para a boa vontade do Gato:

Ostra: Gato, será que poderias levar-nos para o mar, se fazes favor? Dentro de pouco tempo, estaremos crescidos e, então, poderás pescar peixes grandes e ficar com a minha pérola.

Gato: Estaria a ser ingénuo se vos soltasse em troca de uma pescaria incerta. Mas estão com sorte, porque, por hoje, já estou saciado.

teatro

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