Personagens: Rodrigo, Matilde, urubu, sapo e esquilo.
Rodrigo: Entre os bichos da floresta, espalhou-se a notícia de que ia haver uma festa no Céu. No entanto, só foram convidados os animais que voam.
Urubu: Aves da floresta, fomos convidadas para a festa no Céu. É um privilégio. Que nenhuma deixe de participar.
Esquilo: É injusto. Temos inveja de vocês.
Sapo: Mas eu quero participar na festa, e vou participar, porque também fui convidado.
Urubu (rindo-se): Imagine-se só! O sapo, pesadão, que não consegue sequer correr, a voar até à tal festa, ah, ah, ah!
Esquilo: Tira essa ideia da cabeça, amigo sapo. Bichos da terra como nós, que não voam, não têm hipótese de aparecer na Festa no Céu.
Sapo: Eu vou, sim! Ainda não sei como, mas vou. Não é justo fazerem uma festa dessas e excluírem a maioria dos animais.
Matilde: Depois de muito pensar, o sapo formulou um plano…
Sapo: Vou procurar o urubu. Conversaremos muito tempo. Ele vai divertir-se com as minhas piadas…
Rodrigo: E assim aconteceu. Já quase noite, o sapo despediu-se do amigo:
Sapo: Bem, meu caro urubu, vou retirar-me para o meu jantar. Afinal, daqui a pouco, preciso de estar com energia para curtir a festa.
Urubu: Tu vais mesmo à festa?!...
Sapo: Claro, não perderia essa festa por nada.
Matilde: E foi então que o sapo mostrou a sua astúcia: em vez de sair, deu uma volta, e escondeu-se no interior da casa do urubu.
Sapo: Uma viola em cima da cama! Excelente! Vou esconder-me dentro dela.
Rodrigo: Chegada a hora da festa, o urubu pegou na sua viola, amarrou-a ao pescoço e voou em direção ao Céu.
Urubu: Vou deixou a viola aqui neste canto e vou procurar as outras aves.
Sapo (espreitando): Estou sozinho. Posso saltar da viola.
Matilde: As aves ficaram muito surpreendidas por ver o sapo, e queriam saber como tinha chegado ao Céu.
Rodrigo: O sapo, porém, divertia-se e mudava de conversa. O urubu percebeu o que tinha acontecido e disse ao sapo:
Urubu: Mereces um aplauso, sapinho! És atrevido, mas tens bom coração.