Sala de convívio
25 janeiro 2023

A festa no céu

Tempo de leitura: 2 min
Esta pequena peça de teatro adapta um conto tradicional do Brasil.
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Personagens: Rodrigo, Matilde, urubu, sapo e esquilo.

Rodrigo: Entre os bichos da floresta, espalhou-se a notícia de que ia haver uma festa no Céu. No entanto, só foram convidados os animais que voam.

Urubu: Aves da floresta, fomos convidadas para a festa no Céu. É um privilégio. Que nenhuma deixe de participar.

Esquilo: É injusto. Temos inveja de vocês.

Sapo: Mas eu quero participar na festa, e vou participar, porque também fui convidado.

Urubu (rindo-se): Imagine-se só! O sapo, pesadão, que não consegue sequer correr, a voar até à tal festa, ah, ah, ah!

Esquilo: Tira essa ideia da cabeça, amigo sapo. Bichos da terra como nós, que não voam, não têm hipótese de aparecer na Festa no Céu.

Sapo: Eu vou, sim! Ainda não sei como, mas vou. Não é justo fazerem uma festa dessas e excluírem a maioria dos animais.

Matilde: Depois de muito pensar, o sapo formulou um plano…

Sapo: Vou procurar o urubu. Conversaremos muito tempo. Ele vai divertir-se com as minhas piadas…

Rodrigo: E assim aconteceu. Já quase noite, o sapo despediu-se do amigo:

Sapo: Bem, meu caro urubu, vou retirar-me para o meu jantar. Afinal, daqui a pouco, preciso de estar com energia para curtir a festa.

Urubu: Tu vais mesmo à festa?!...

Sapo: Claro, não perderia essa festa por nada.

Matilde: E foi então que o sapo mostrou a sua astúcia: em vez de sair, deu uma volta, e escondeu-se no interior da casa do urubu.

Sapo: Uma viola em cima da cama! Excelente! Vou esconder-me dentro dela.

Rodrigo: Chegada a hora da festa, o urubu pegou na sua viola, amarrou-a ao pescoço e voou em direção ao Céu.

Urubu: Vou deixou a viola aqui neste canto e vou procurar as outras aves.

Sapo (espreitando): Estou sozinho. Posso saltar da viola.

Matilde: As aves ficaram muito surpreendidas por ver o sapo, e queriam saber como tinha chegado ao Céu.

Rodrigo: O sapo, porém, divertia-se e mudava de conversa. O urubu percebeu o que tinha acontecido e disse ao sapo:

Urubu: Mereces um aplauso, sapinho! És atrevido, mas tens bom coração.

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EDIÇÃO
Abril 2024 - nº 627
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