
A palavra «tempo» é daquelas que identificam um conceito aparentemente simples, mas infinitamente complicado. Se nunca nos perguntarem o que é o tempo, andaremos uma vida inteira convencidos e seguríssimos de que sabemos exatamente do que se trata. Mas pode haver um dia, que oxalá chegue, e chegue tão cedo quanto possível, em que nos perguntam de repente, de chofre: «Mas, afinal, o que é o tempo?»
Sorrimos, pois julgamo-nos postos perante uma tarefa simples. Lentamente, os músculos da nossa face mudam a sua expressão, que passa a ser de apreensão. E agora? O que havemos de responder? O tempo? Terei de ser rigoroso e apresentar uma explicação com pés e cabeça, compreensível para pequenos e graúdos, instruídos e menos letrados, ou basta-me apontar para o relógio? Se aponto para esta máquina que passeio no pulso, refiro-me a um mecanismo dependente da energia acumulada por uma mola que põe em movimento ponteiros. Mas o tempo não pode ser só isto...
