Sala de convívio
26 janeiro 2024

Serão as bactérias a salvar-nos?

Tempo de leitura: 2 min
Se isto não é o mais revolucionário que já se ouviu quanto às soluções para a crise climática global, não sei que diga.
Beatriz Guégués
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Se não se revelar uma fraude ou um excesso de otimismo, a notícia que saiu nos média nos primeiros dias de novembro pode vir a ser das mais importantes dos últimos tempos: segundo um estudo publicado na revista científica ACS Central Science, um grupo de cientistas pôs uma bactéria a alimentar-se de plástico e a transformá-lo em matéria-prima para outros produtos. Se isto não é o mais revolucionário que já se ouviu quanto às soluções para a crise climática global, não sei que diga. A novidade consiste na modificação da bactéria Escherichia coli (E. coli, para os amigos) para se alimentar de plástico e transformar os resíduos de polietileno tereftalato (PET), as nossas bem conhecidas garrafas de plástico, em ácido adípico, usado para fabricar materiais de nylon e para tornar sabores mais ácidos, usado no fabrico de sumos de frutas ou em doces.

A E. coli, lembro, é uma bactéria que habita naturalmente o nosso intestino e o de alguns animais, sem que haja nenhum sinal de doença. No entanto, há alguns tipos de E. coli que são nocivos para as pessoas e que entram no organismo por causa do consumo de alimentos contaminados, causando, por exemplo, gastroenterite com diarreia intensa e com muco ou sangue.

Como sempre, seguir-se-ão anos de experiências para comprovar este método para acabar com um dos maiores problemas atuais da humanidade, o excesso de plásticos, que já tudo contaminam. Oxalá se mostre viável, pois com certeza contribuirá para diminuir a poluição de que sofre o nosso planeta.

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EDIÇÃO
Maio 2024 - nº 628
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