Personagens: narrador, camponês e diabo.
Narrador: Um jovem camponês que ia para o seu campo encontrou um diabo sentado na sua terra.
Camponês: O que fazes aqui?
Diabo: Há um tesouro enterrado neste lugar, e não deixarei que ninguém o descubra.
Camponês: Esta terra é minha. Por isso, tudo o que há aqui pertence-me.
Diabo: Então, o tesouro será teu. Mas com uma condição: vais dar-me metade das tuas colheitas, durante dois anos.
Camponês: Aceito o acordo, mas também ponho uma condição: tu ficarás com o que crescer acima da terra e eu ficarei com o que crescer debaixo dela.
Diabo: Aceito. Demos, pois, um aperto de mão.
Narrador: O camponês semeou beterrabas – que são uma raiz, e quando chegou a altura da colheita, apareceu o diabo.
Diabo: Venho buscar a minha parte.
Camponês: Podes levar esta verdura abundante. E eu fico com as centenas de beterrabas.
Diabo: Ah, camponês, enganaste-me desta vez! Vamos mudar as regras do acordo. Da próxima vez, tu ficarás com o que crescer acima da terra e eu ficarei com o que crescer debaixo dela.
Narrador: Passado um tempo, o camponês voltou a semear, mas desta vez cultivou trigo. Meses depois, na hora de recolher os grãos, apareceu o diabinho a reclamar o que lhe pertencia.
Diabo: Onde está a minha parte da colheita?
Camponês: Desta vez é trigo. O trigo cresce sobre a terra. Por isso, é tudo para mim. Não tenho nada para te dar.
Diabo: Odeio-te! Mas tenho de cumprir a minha palavra. Um acordo é um acordo e jamais se pode romper.
Camponês: Adeus, diabo! Podes ir andando, murmurando e, até, amaldiçoando-me. Mas eu terei sorte, porque vou buscar o meu tesouro.
Encontra as cinco diferenças que há entre os dois diabos.