Sala de convívio
17 setembro 2021

O Sonho das três árvores

Tempo de leitura: 2 min
As árvores tiveram sonhos e desejos, mas a sua realização foi mil vezes maior do que haviam imaginado.
Redação
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Havia no alto de uma montanha três árvores que sonhavam o que seriam quando fossem grandes.

A primeira, olhando as estrelas, disse:

— Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros.

A segunda, olhando o riacho, suspirou:

— Eu quero ser um navio grande para transportar reis e rainhas.

A terceira olhou o vale e disse:

— Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas ao olharem para mim levantem os olhos e pensem em Deus.

Muitos anos se passaram e, certo dia, três lenhadores cortaram as árvores, que estavam ansiosas de ser transformadas naquilo que sonhavam. Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender de sonhos…

A primeira árvore foi transformada numa manjedoura para animais cheia de feno.

A segunda tornou-se um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.

A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada de lado num armazém.

Então, desiludidas e tristes, as três perguntaram:

— Porque nos aconteceu isto?

Entretanto, numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou o seu bebé recém-nascido naquela manjedoura de animais e, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.

A segunda árvore estava a transportar um homem que, fatigado, se recostou na popa do barco em que se transformara. E quando a tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse:

— Paz!

Então, num relance, a segunda árvore entendeu que estava a transportar o rei do céu e da terra.

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando as suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Ela sentiu-se horrível e cruel.

Mas no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e do seu filho ao olharem para ela.

As árvores haviam tido sonhos e desejos, mas a sua realização foi mil vezes maior do que haviam imaginado.

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Artigos
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Abril 2024 - nº 627
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