O primeiro-ministro etíope e vencedor do Prémio Nobel da Paz 2019, Abiy Ahmed enfrenta um novo impasse internacional, desta vez com o Egipto.
A Etiópia está a construir uma barragem no rio Nilo, que criará a maior central hidroelétrica de África.
O Egipto, que retira a maior parte da sua água doce do Nilo, está a colocar objeções ao projeto.
Abiy Ahmed diz que “nenhuma força pode impedir a Etiópia de construir uma barragem no rio Nilo”, apesar das objeções do Egipto.
Dois dos três rios que se juntam para formar o Nilo nascem na Etiópia (Nilo Azul e Atbara).
O Egito teme que o projeto permita à Etiópia controlar o fluxo do rio. O projeto tem sido a fonte de tensão política entre os dois países desde há anos.
Além disso, existe uma previsão de que o Egipto, país com cerca de 90 milhões de habitantes, começará a sofrer escassez de água por volta de 2025.
“O povo da Etiópia não deseja prejudicar o povo do Egipto”, os etíopes “só querem beneficiar (da barragem)”, refere Abiy Ahmed.
A Etiópia espera que a barragem, que está quase dois terços concluída, comece a gerar energia até 2021, o mais tardar, para atender às suas necessidades energéticas.
Abiy recebeu o Prémio Nobel da Paz de 2019 no início deste mês por resolver o conflito de fronteira da Etiópia com a Eritreia e por promover a paz e a reconciliação no seu próprio país e na região.