O Papa Francisco encontrou-se esta quinta-feira, 19 de dezembro, no Vaticano com um grupo de refugiados vindos da ilha de Lesbos, na Grécia.
A falar diante dos refugiados, Francisco questionou o mundo inteiro: “Como podemos não escutar o grito desesperado de tantos irmãos e tantas irmãs que preferem enfrentar as intempéries do mar do que morrer lentamente nos campos de detenção da Líbia, locais de tortura e de escravidão? Como podemos permanecer indiferentes aos abusos e à violência de que são vítimas, deixando-os à mercê de traficantes sem escrúpulos?”
De acordo com o Papa, “é a injustiça” que força muitos migrantes a deixar as suas terras e que os obriga a atravessar desertos e sofrer abuso e tortura em campos de detenção. “É a injustiça que os faz morrer no mar”.
Nesse sentido, o pontífice afirma a necessidade de um “compromisso inevitável” da Igreja para salvar a vida dos migrantes, “para depois recebê-los, protegê-los, promovê-los e integrá-los”.
Durante o encontro, Francisco falou sobre os dois coletes salva-vidas que já recebeu de socorristas, um deles que pertencia a “uma rapariga que morreu afogada no Mediterrâneo” e um outro que pertenceu a um migrante que também morreu no mar. Este colete, foi vestido numa cruz e o Papa decidiu expor o “salva-vidas crucificado” para lembrar a todos o “compromisso absoluto de salvar toda vida humana, um dever moral que une os crentes e não-crentes”.