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09 maio 2019

Vocações: A coragem de arriscar pela promessa de Deus

Tempo de leitura: 5 min
Celebra-se no domingo, 12 de maio, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A mensagem do Papa reflete sobre a chamada do Senhor.
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“A coragem de arriscar pela promessa de Deus” é o tema de inspiração da mensagem do Papa para a celebração do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que ocorre no domingo, 12 de maio de 2019.

Na sua mensagem, Francisco faz uma reflexão sobre a chamada do Senhor recordando que foi um tema debatido na Jornada Mundial da Juventude, realizada em janeiro, no Panamá.

“Desejo refletir sobre a chamada do Senhor enquanto nos torna portadores duma promessa e, ao mesmo tempo, nos pede a coragem de arriscar com Ele e por Ele”, anuncia o Papa.

“Quero deter-me brevemente sobre estes dois aspetos – a promessa e o risco –, contemplando juntamente convosco a cena evangélica da vocação dos primeiros discípulos junto do lago da Galileia,” refere.

Nesta passagem, os pescadores Simão e André, juntamente com Tiago e João aprenderem que em certos dias, a pesca abundante recompensava a árdua fadiga, mas, outras vezes, o trabalho de uma noite inteira não bastava para encher as redes e voltava-se para a margem cansados e desiludidos.

“Estas são as situações comuns da vida, onde cada um de nós se confronta com os desejos que traz no coração, se empenha em atividades que – espera – possam ser frutuosas, se adentra num «mar» de possibilidades sem conta à procura da rota certa capaz de satisfazer a sua sede de felicidade. Às vezes goza-se de uma pesca boa, enquanto noutras é preciso armar-se de coragem para governar um barco sacudido pelas ondas, ou lidar com a frustração de estar com as redes vazias”, explica o pontífice.

A promessa

Francisco diz então que, “como na história de cada vocação”, também neste caso acontece um encontro: “Jesus vai pelo caminho, vê aqueles pescadores e aproxima-Se... De igual modo naquele dia, junto do lago da Galileia, Jesus foi ao encontro daqueles pescadores, quebrando a «paralisia da normalidade». E não tardou a fazer-lhes uma promessa: «Farei de vós pescadores de homens».

“Com efeito, o desejo de Deus é que a nossa vida não se torne prisioneira do banal, não se deixe arrastar por inércia nos hábitos de todos os dias, nem permaneça inerte perante aquelas opções que lhe poderiam dar significado… Em suma, a vocação é um convite a não ficar parado na praia com as redes na mão, mas seguir Jesus pelo caminho que Ele pensou para nós, para a nossa felicidade e para o bem daqueles que nos rodeiam”, salienta Francisco.

A coragem de arriscar

Na sequência da reflexão, o Papa explica que abraçar esta promessa requer a coragem de arriscar uma escolha.

“Sentindo-se chamados por Ele a tomar parte num sonho maior, os primeiros discípulos, «deixando logo as redes, seguiram-No» (Mc 1, 18). Isto significa que, para aceitar a chamada do Senhor, é preciso deixar-se envolver totalmente e correr o risco de enfrentar um desafio inédito; é preciso deixar tudo o que nos poderia manter amarrados ao nosso pequeno barco, impedindo-nos de fazer uma escolha definitiva; é-nos pedida a audácia que nos impele com força a descobrir o projeto que Deus tem para a nossa vida.”

“E, todavia, não há alegria maior do que arriscar a vida pelo Senhor! Particularmente a vós, jovens, gostaria de dizer: não sejais surdos à chamada do Senhor! Se Ele vos chamar por esta estrada, não vos oponhais e confiai n’Ele. Não vos deixeis contagiar pelo medo, que nos paralisa à vista dos altos cumes que o Senhor nos propõe. Lembrai-vos sempre que o Senhor, àqueles que deixam as redes e o barco para O seguir, promete a alegria duma vida nova, que enche o coração e anima o caminho”, anuncia o Santo Padre.

“Precisamos de olhar para Maria”, orienta Francisco, e como Ela dizer o “«sim» de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer apostar tudo, sem ter outra garantia para além da certeza de saber que é portadora duma promessa”.

Na conclusão da reflexão, o Papa deixa o seguinte recado: “Nem sempre é fácil discernir a própria vocação e orientar justamente a vida. Por isso, há necessidade de um renovado esforço por parte de toda a Igreja – sacerdotes, religiosos, animadores pastorais, educadores – para que se proporcionem, sobretudo aos jovens, ocasiões de escuta e discernimento. Há necessidade de uma pastoral juvenil e vocacional que ajude a descobrir o projeto de Deus, especialmente através da oração, meditação da Palavra de Deus, adoração eucarística e direção espiritual”.

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