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08 dezembro 2025

Muito feliz por ser missionária

Tempo de leitura: 3 min
A irmã Beta Almendra, natural da Ericeira, é missionária comboniana. Está em missão na diocese de Wau, no Sudão do Sul, «país atormentado pela pobreza e violência, onde há fome e desespero», disse ela em entrevista à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
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A irmã Beta falou longamente sobre o seu trabalho, sobre ser missionária no mais jovem país do mundo (independente desde 2011), e do medo de se voltar, «a qualquer momento», ao drama da guerra civil. Como se não bastasse a ameaça do regresso da guerra, o Sudão do Sul, que é também um país muito pobre, tem vindo a acolher milhares de pessoas que atravessam a fronteira e que fogem elas próprias da guerra que está a consumir o vizinho Sudão. Tudo isto ajuda a compreender por que razão as Nações Unidas consideram a crise humana desta região de África como uma das mais severas em todo o globo. Na região da diocese de Wau, muitas pessoas fazem apenas uma refeição por dia. Esta pobreza traduz-se em muitas mãos que batem à porta das Irmãs Combonianas, que sentem, elas próprias, a impotência de quem não tem muito para oferecer: «Tentamos dar sempre um pedaço de pão. Quando era a altura das mangas, andávamos a apanhar mangas para dar. Há sempre alguma coisa para dar: um quilo de açúcar ou algo assim. Ninguém vai de mãos vazias. Mas já sabemos que a realidade é muito dura», narra a irmã Beta.

No entanto, apesar de todos os problemas, de todas as dificuldades, apesar de tantas mãos a pedir ajuda e de haver tão pouco para distribuir, o balanço que a Irmã Beta Almendra faz dos quatro anos e meio que leva já de missão no Sudão do Sul é de esperança: «Sou muito feliz por ser missionária. Mesmo quando estamos no meio de grandes dramas humanos, Nosso Senhor dá-nos realmente força para permanecermos.»

A irmã Beta está empenhada em projetos de desenvolvimento humano aplicado a meninas e mulheres. Facilitando o acesso à educação, as Combonianas procuram dar às sul-sudanesas ferramentas necessárias para um futuro sem pobreza nem violência. «É necessário escolas, hospitais…, porém, mais importante ainda é escutar, dar um abraço, estarmos com o povo», afirma.

O exemplo desta simpática irmã missionária comboniana portuguesa tem ajudado a contagiar sorrisos que ajudam a despertar novas vocações para a Igreja. O trabalho dos padres, das religiosas, dos catequistas é semente que cai em terreno fértil neste país e concretamente na diocese de Wau. «No Sudão do Sul há vocações, há jovens que querem ser padres e freiras, e a Igreja local está a crescer. E nós, missionários e missionárias, estamos lá para isso, para ajudar a Igreja a crescer. Nós somos pontes, os missionários e missionárias são pontes que ajudam estas coisas a acontecer», testemunha a Irmã Beta. E agradece a ajuda fraterna e a oração: «Há uns que têm pés e vão, e outros que têm mãos e rezam. E é assim, todos juntos, que fazemos a missão. Não estou sozinha, não estamos sozinhos. E rezamos muito por todos.»

 

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