L'Echo du Danube é o título de uma obra de Johann Schenck (1660-ca. 1712), compositor neerlandês nascido em Amesterdão e cujo aniversário de nascimento se assinala neste mês de Junho (dia 3). Não se sabe muito acerca dele, mas a partir de 1696 trabalhou na corte do príncipe Johann Wilhelm (João Guilherme), por onde também passaram, entre outros, Arcangelo Corelli (1653-1713), Giovanni Bononcini (1670-1747) ou Georg Friedrich Handel (1685--1759). A igreja protestante da cidade de Düsseldorf, onde provavelmente ocorreu a sua morte, não guardou registos do facto. Esta Opus 9 de Schenck é a última obra composta por Schenck que sobreviveu completa, o que faz dela uma espécie de testamento não só da obra do compositor, mas igualmente da idade de ouro da viola da gamba na Europa, sublinham várias críticas já publicadas. A obra foi editada em 1703-1704 por Estienne Roger, o mais importante impressor de música da época e este duplo disco de Sofia Diniz é o seu primeiro registo integral. Instrumento poético, nostálgico e vibrante ao mesmo tempo, a viola de gamba tinha tido uma primeira manifestação «independente» com Marin Marais e o seu primeiro livro das Pièces de Viole poucos anos antes, em 1686. Mas este Eco do Danúbio mostra-nos as suas potencialidades, não só no acompanhamento, mas também na criação de uma afirmação melódica própria.
Título: L’Echo du Danube
Autor: Johann Schenck
Intérprete: Sofia Diniz
Disponível em lojas e nas plataformas digitais
Ouve-se este disco e vemos um grupo a dançar ritmado pelas percussões e pelas vozes africanas. Mas ouvem-se também sons de cânticos gospel cruzados com sintetizadores. Não é para menos: a ganesa Linda Ayupuka, que começou a cantar quando tinha quatro anos de idade precisamente num coro de igreja, não parou e faz neste God Created Everything (Deus Tudo Criou) uma profissão de fé no seu Deus, mas também na sua música. O Monde falava de um «surpreendente gospel ao estilo disco» criado pelo encontro entre a cantora e o seu produtor e multi-instrumentista Francis Ayamga, com o qual a «fixe e humilde» Ayupuka «canta o seu amor por Deus sobre sintetizadores inebriantes». A própria dizia sobre este disco que todo ele é sobre a criação de Deus «e a sua grandeza: eu sei que ele é grande». O ritmo que nos leva quase até à exaustão dos sentidos e as vozes em apelo contagiante inspiram-se também na música cerimonial tradicional em língua frafra, uma língua falada no Norte do Gana e Sul do Burquina Faso. Os tempos rápidos da música fazem entrar num andamento quase hipnótico, por vezes como música de fundo, por vezes que nos toma por inteiro. Uma surpresa para quem não conheça ou não adira à primeira a estes ritmos, uma confirmação de uma voz firme e poderosa, de uma jovialidade contagiante.
Título: God Created Everything
Autora e intérprete: Linda Ayupuka
Disponível em lojas e nas plataformas digitais