Música
15 junho 2025

Discos

Tempo de leitura: 3 min
As nossas escolhas musicais deste mês vão para «Un autre blanc», um disco de música mandinga, do Mali, e «Apocalipsis», mais um lançamento dos Atercipelados, um grupo musical colombiano de rock alternativo.
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Título: Un autre blanc

Autor e intérprete: Salif Keita

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Salif Keita nasceu a 25 de Agosto de 1949 em Djoliba,  povoação localizada a 40 quilómetros de Bamaco, a capital do Mali. Keita nasceu no seio de uma família de descendentes do rei Sundiata Keïta e era, por isso, considerado nobre. No entanto, foi ostracizado pela sua família e pela sociedade por ser albino, um sinal de má sorte na cultura mandinga. A sua família opôs-se a que fosse cantor, mas ele lutou pelo seu ideal. Em 1984, Keita mudou-se para Paris para alcançar um público mais vasto. A  música de Keita,  conhecido como «A Voz de Ouro da África», combina ritmos tradicionais da África Ocidental e influências da Europa e da América, mantendo um estilo geral de música islâmica.

Em 2018, o prodígio da música mandinga anunciou que  Un autre blanc (Outro branco) seria o seu último álbum. No entanto, continua a realizar concertos e o seu activismo pelos direitos humanos das pessoas com albinismo nunca se deteve. Este seu último disco é uma obra a revisitar, repleta de mensagens de paz e de esperança e que conta com grandes vozes africanas, como as de Angélique Kidjo e Alpha Blondy.

 

 

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Título: Apocalipsis

Autores e intérpretes: Aterciopelados

Disponível nas plataformas digitais

 

Os Aterciopelados são um grupo musical colombiano de rock alternativo, que nasceu em 1990. A banda é liderada por Andrea Echeverri (vocalista) e Hector Buitrago (baixo). A sua música é considerada inovadora e autêntica por misturar o rock com raízes folclóricas colombianas e latino-americanas. Reconhecidos pelas Nações Unidas pelo trabalho de denúncia à violência da Colômbia, abordam nas suas canções questões importantes como a paz, a injustiça, a política, a promoção dos direitos das mulheres e a preservação do meio ambiente.

Este ano a banda lançou Apocalipsis (Apocalipse). «A fusão de ritmos e imagens reflecte as nossas entranhas culturais com uma visão futurista, apocalíptica, mas esperançosa, da América Latina na rede global», explicou Héctor Buitrago ao falar do novo trabalho. No tema que dá título à produção fala-se do amor intemporal como resistência e esperança em tempos incertos e em «Vecinos» (Vizinhos) referem a interconexão cultural na era digital, convidando os latino-americanos a liderar a mudança global, fundindo raízes e tecnologia para construir um futuro mais justo.

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EDIÇÃO
Junho 2025 - nº 758
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